Artista de espírito irrequieto que se dedicou com liberdade à produção, Eliseu Visconti (1866- 1944) era "presentista", conforme se autodenominava. Para ele, a arte não poderia parar e deveria se modificar permanentemente. "Agrada agora o que antes era detestado. Isto é evolução e não é possível fugir aos seus efeitos", afirmou o artista em 1926.

Italiano naturalizado brasileiro, o pintor e desenhista dialogava com as tendências contemporâneas na busca incansável pela renovação da arte no País. Técnicas e estilos diferentes, que eram misturados sutilmente durante o processo criativo, poderão ser conferidos na exposição 'A Modernidade Antecipada', que será aberta hoje, a partir das 11h, na Pinacoteca do Estado, em São Paulo.

A mostra retrospectiva lança ao público o questionamento: O que é o moderno no Brasil? "Existe aqui uma visão de modernidade igual À de modernismo", diz Rafael Cardoso, um dos curadores. "Essa ideia reduz a modernidade, que é mais ampla e complexa, ao movimento", afirma.

Visconti, embora não tenha participado da Semana de 1922, envolveu-se com a modernização da arte desde o século 19. "Ele foi um dos poucos artistas a produzir telas simbolistas no Brasil e um dos primeiros a criar obras impressionistas no País", exemplifica o curador. São posições como essas que o colocam como expoente da arte brasileira no período da 1ª República.

A Modernidade Antecipada - Exposição. Abre hoje, às 11h. Na Pinacoteca do Estado - Praça da Luz, 2. Tel.: 3324-1000. Ter. a dom., das 10h às 18h. Ingr.: R$ 6 (grátis aos sábados). Até 26/2.