Política Titulo Sto.André
Aidan terá de trabalhar para ampliar base na Casa
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
06/01/2009 | 08:07
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O resultado da eleição para a composição da mesa diretora da Câmara de Santo André, com a vitória de Sargento Juliano (PMDB) à presidência, demonstrou que a situação do prefeito Aidan Ravin (PTB) no Legislativo não é tão confortável como se acreditava.

Levando-se em consideração o cenário desenhado na primeira sessão do ano, o petebista teria hoje 11 votos garantidos - número necessário para aprovar projetos de maioria simples, mas insuficiente nas votações mais complicadas, as quais necessitam de ao menos dois terços (14 vereadores) da Casa.

Para muitos, a vitória apertada do candidato governista Juliano por apenas um voto (11 a 10) sobre a chapa montada com apoio do PT, demonstrou falta de habilidade do governo eleito no que diz respeito à articulação política.

Desde que derrotou o deputado estadual Vanderlei Siraque (PT) na corrida sucessória municipal, Aidan nega preocupação com o assunto. Acredita que em "nome de um projeto maior", não enfrentará dificuldades na chamada governabilidade. Importante lembrar que o prefeito manteve o discurso mesmo quando a situação era totalmente desconfortável - no final do segundo turno, enquanto o PTB elegeu apenas dois vereadores, o PT emplacou seis das 21 cadeiras.

Com o decorrer do tempo, antes mesmo de Aidan se reunir com os vereadores eleitos para tratar do futuro, as movimentações na Câmara sugeriam que o petebista não teria qualquer problema para obter o respaldo da maioria. Suspeitava-se, inclusive, que o PT - e o próprio partido trabalhava com esta hipótese - acabaria sozinho na oposição.

Mas a disputa pelo Legislativo demonstrou outra situação. Além de Aidan não ter conseguido isolar os petistas, a sigla deu sinais de força na Casa.

A eleição apertada do peemedebista Juliano foi minimizada pelo chefe do Executivo, embora ele admita que tenha de ampliar a base. "A ideia é compor com todo mundo. Acredito que conseguiremos fazê-lo aos poucos, até porque o projeto é maior do que a questão partidária, que a política do dia a dia", afirmou Aidan. "Diferentemente do que foi a gestão do PT, a oposição terá canal de diálogo com o governo. Todos serão respeitados", acrescentou. Ele acredita que desta forma conquistará o apoio dos demais vereadores.

Cenário - O atual desenho da Câmara indica que Aidan possui respaldo de PTB (dois vereadores), PSDB (três), DEM (três), PMDB (dois) e PSL (um).

A oposição seria composta por PT (seis), PSB (dois), PV (um) e PDT (um). Destes, a aposta é que os quatro que não integram a bancada petista poderiam vir a compor futuramente a base aliada.

Mas o discurso da maioria, excetuando-se PTB e PT, é de independência. Ailton Lima (PDT), que na eleição à mesa encabeçou a chapa oposicionista e chegou a renunciar ao cargo de terceiro secretário da Câmara no grupo de sustentação "por não ter sido consultado", disse que não se considerava oposição. "Não me encaixo nos clichês. Reforço que não serei nem oposição destrutiva, nem situação vendida."

O próprio Juliano afirmou não ser presidente do governo. "Considero-me presidente da Câmara, não do Aidan, até porque Legislativo e Executivo são poderes independentes", emendou o peemedebista.




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