Economia Titulo FMI
Inflação pode reverter ganhos sociais na América Latina
23/10/2008 | 07:13
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Há o risco de que a recente aceleração da inflação possa reverter parte dos ganhos sociais na região compreendida pela América Latina e Caribe (LAC, na sigla em inglês), adverte o FMI (Fundo Monetário Internacional), em relatório para o Hemisfério Ocidental. Inflação mais elevada, alerta o FMI, coloca em risco a perspectiva de crescimento e pode aumentar a pobreza por meio da redução do poder de compra dos salários, fazendo com que a desigualdade social aumente. "Estudos empíricos mostram que inflação é prejudicial para os pobres e para a distribuição de renda", diz o Fundo.

No relatório regional, o FMI cita que o crescimento sustentado com baixa inflação nos anos recentes ajudou a reduzir substancialmente os níveis de pobreza na região da América Latina e Caribe. "As taxas de pobreza declinaram de 44%, em 2002, para 35% da população em 2007, o que representa que mais de 30 milhões de pessoas saíram da classificação de pobreza na região. O Fundo acrescenta que estruturas fiscais mais fortalecidas também criaram espaço para expansão de projetos contra pobreza em países como Brasil, Chile e México. No entanto, o FMI cita projeção do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) indicando que a região enfrentará aumento significativo de pobreza se medidas para compensar o impacto do aumento dos preços dos alimentos não forem implementadas.

Sem resposta política, as estimativas sugerem que mais de 26 milhões de pessoas poderiam cair em pobreza extrema se os preços de alimentos permanecerem elevados.

O FMI adverte que inflação mais elevada pode afetar indiretamente a pobreza por colocar em risco a perspectiva de crescimento e emprego. A inflação também pode aumentar a pobreza por reduzir o poder de compra dos salários, da renda dos autônomos e por reduzir as transferências do governo. Desta forma, a desigualdade social pode aumentar.

Por isso, o documento aponta que há um fator a mais de preocupação no caso da inflação ser conduzida por aumento dos preços dos alimentos. Famílias pobres provavelmente experimentam declínios mais agudos da renda real, porque os produtos alimentícios passam a representar uma parcela maior dos gastos de consumo. Este fato torna "imperativo que as autoridades na região lidem de forma firme com as pressões de inflação", diz o Fundo. No Brasil, o FMI cita que foram tomadas medidas como corte de imposto para diversos itens de consumo básico.

 




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