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Lula afirma que América Latina não precisa do FMI para sair da crise
Da AFP
14/10/2008 | 08:51
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A América Latina não precisa mais da ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) para sair da atual crise financeira mundial, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Espanha, onde recebeu na segunda-feira o Prêmio Don Quixote de la Mancha.

"Acabou isto de que o mercado pode tudo. Acabou o tempo em que nós, as economias emergentes, dependíamos do FMI, acabou uma América Latina sem voz própria", afirmou Lula em entrevista a quatro jornais espanhóis, entre eles El País e El Mundo.

Para o presidente do Brasil, esta "é a primeira crise em muitas décadas que questiona as bases do modelo do novo capitalismo, onde o mercado tudo pode e o individualismo predomina sobre os interesses colectivos. Acredito que esta fase vai acabar a partir de agora".

"Provavelmente houve pessoas que, depois da crise das hipotecas 'subprime', mudaram seu foco de investimento para especular com alimentos e petróleos. Porém, isto tem que parar".

"Não podemos permitir que a economia virtual possa superar a economia real. Um prato de comida ou a compra de uma casa ou de um automóvel não podem estar subordinados a uma economia de troca de papel", disse.

"A crise não é mais um problema apenas dos bancos, é dos poupadores. E quando é dos credores passa a ser uma questão de Estado".

"O Tesouro público de cada país deve garantizar a liquidez para manter o acesso ao crédito e é necessário garantir as economias das pessoas", acrescentou Lula, que é partidário de uma regulamentação mundial dos bancos.

Lula, que deixará a Espanha com destino à Índia para abordar com este governo a paralisia das negociações multilaterais para a liberalização comercial, reiterou que "a rodada de Doha não é um problema econômico, é político".

A respeito do Brasil, garantiu que saberá superar a crise e mencionou o plano de investimentos apresentado pela Petrobras de 112 bilhões de dólares.

"Em breve seremos um dos grandes produtores de petróleo do mundo", prometeu.

Além disso, considerou que apesar do aumento dos gastos militares na região, não existe uma corrida armamentista na América do Sul.

"Cada governo tem que ter o mínimo necessário para proteger sua soberania e a tranqüilidade de seus cidadãos".




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