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McCain afirma que vai atacar Obama no último debate

McCain comentou ainda o fato de muitos analistas conservadores criticarem sua estratégia de campanha

Da AFP
13/10/2008 | 08:23
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O candidato republicano à Casa Branca, John McCain, e seu adversário democrata, Barack Obama, se preparam para seu último debate transmitido pela TV na quarta-feira, enquanto que o republicano, em grande desvantagem nas pesquisas, parece hesitar entre manter seus ferozes ataques ou mostrar "respeito" ao rival.

Há uma semana do segundo debate entre os candidatos em um cenário no qual predomina o tema econômico, McCain, pressionado pelos próprios republicanos para que prometa redução de impostos, decidiu não anunciar por enquanto seu projeto de novo plano fiscal.

O senador republicano pela Carolina do Sul Graham Lindsey, um dos mais próximos aliados políticos de John McCain, revelou domingo que o candidato anunciará em breve novos cortes de impostos para os investidores, como medida de impulso para a economia.

Mas os conselheiros do senador pelo Arizona, de 72 anos, indicaram pouco depois à imprensa que McCain não anunciará de imediato novas medidas fiscais, restando apenas três semanas para as eleições norte-americanas de 4 de novembro.

McCain, que nesta segunda-feira fará campanha na Virgínia e na Carolina do Norte, no leste do país, deverá falar da economia, principal preocupação dos eleitores, segundo pesquisas, mas sem anunciar medidas adicionais.

Na semana passada, McCain propôs um plano de resgate para os proprietários de imóveis ameaçados de despejo, mas sem obter os efeitos desejados, indicam as pesquisas.

Segundo uma sondagem ABC News/Washington Post divulgada nesta segunda-feira, Barack Obama tem 53% das intenções de voto contra 43% de McCain, e os autores da pesquisa advertem que um candidato não supera uma desvantagem como essa desde 1936.

Em plena crise financeira, 55% dos consultados afirmaram que a economia será o elemento mais importante na hora de votar, enquanto que 53% consideraram que Obama é o mais competente em relação a esse assunto, contra 37% que preferiram McCain.

O senador pelo Illinois, de 47 anos, se beneficia também da impopularidade do presidente George W. Bush, que tem um nível de aprovação de apenas 23%.

A preocupação dos republicanos levou alguns deles a propor medidas radicais.

"É tempo de despedir a equipe de campanha", escreveu nesta segunda-feira no New York Times o editorialista conservador William Kristol, ao considerar que McCain "não tem nada a perder".

Já Barack Obama deverá falar nesta segunda-feira em Toledo (Ohio, norte) sobre sua política econômica, baseada em medidas destinadas a ajudar a classe média.

A questão racial, por muito tempo tema tabu, irrompeu na campanha com a declaração do parlamentar democrata John Lewis, figura eminente da luta pelos direitos civis nos anos 60, na qual acusou McCain de incitar o ódio contra Obama, que tenta ser o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.

Na sexta-feira, McCain pediu que seus seguidores "respeitem" o adversário.

Gritos de "terrorista" e "mentiroso" contra Obama foram proferidos em diversas ocasiões em recentes eventos da campanha do republicano e alguns especialistas culparam os anúncios publicitários negativos que questionam as ligações do democrata no passado e o vinculam a Willian Ayers -um radical dos anos 60- pelas condutas agressivas.

No domingo, McCain reiterou seu pedido de respeito na campanha, poucos dias depois do segundo debate de terça-feira entre os candidatos presidenciais, no qual se mostrou bastante incomodado, gesticulando e chamando Barack Obama de "aquele".

Na quarta-feira, Obama e McCain se enfrentarão no terceiro e último debate televisionado antes das eleições, para o qual se prepararam durante o final de semana com seus assessores.




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