O presidente do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), Paulo Butori, afirmou ontem, na Capital, que a situação do setor é crítica devido à greve dos auditores da Receita Federal. Segundo o dirigente, contratos podem não ser cumpridos por falta de componentes e a paralisação da produção é “iminente”.

 A greve já dura 29 dias e, por causa dela, há dificuldades tanto para quem precisa exportar quanto para quem importa – como é o caso de empresas sistemistas, que fornecem às montadoras e trazem determinados componentes de fora.

 “Se a greve continuar por mais tempo não conseguiremos abastecer as linhas de produção. Há sérios riscos de parada. Isso não pode continuar assim há tanto tempo sem ser equacionado”, declarou Butori.

 O conselheiro do Sindipeças George Rugitsky também criticou a situação, que, segundo ele, prejudica a imagem de um país que pretende receber investimentos para aumentar a produção de veículos para 5 milhões ao ano até 2012. “Isso depõe contra o País.”

 Os dirigentes do Sindipeças não calcularam os prejuízos que a greve dos auditores causou ao setor, mas acreditam que o custo financeiro não seja o principal. “Perder o foco, que é abastecer o mercado, é pior que o prejuízo financeiro”, lembrou Rugitsky.

AUDITORES

 Os auditores fiscais decidem amanhã, em nova assembléia, se continuam ou não a greve iniciada no dia 18 de março. A Diretoria Executiva Nacional do Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) irá submeter à categoria a “proposta final” apresentada pelo governo terça à noite.