É mera coincidência, mas The Rolling Stones – Shine a Light, documentário de Martin Scorsese sobre a banda mais longeva do planeta, estréia hoje dividindo as atenções com Irina Palm, de Sam Garbarski, que traz a ex-groupie (e ex-namorada de Mick Jagger) Marianne Faithfull no papel de uma avó que vira masturbadora profissional em busca de recursos para pagar a cirurgia que poderá salvar a vida de seu neto (leia na matéria ao lado).

 Há mais uma coisa a unir estes dois filmes tão diversos. Shine a Light inaugurou o Festival de Berlim deste ano, garantindo num único dia, mais mídia do que o evento tem recebido nos últimos anos. Irina Palm integrou a competição do ano passado e até hoje existem críticos e jornalistas que se perguntam como o júri conseguiu não dar a Marianne o prêmio de melhor atriz?

 Este documentário de Scorsese tem uma dupla proposta. O filme tem imagens dos shows da turnê A Bigger Band, a mesma da apresentação gratuita em Copacabana, em 2006. A idéia é mostrar um pouco da emoção que uma banda de rock como os Stones é capaz de provocar no público.

 Mas o filme é filtrado pelo olhar de Scorsese e, portanto, pretende mostrar a energia que uma banda de rock de verdade consegue transmitir, vista de fora. É um duplo movimento – a câmera grudada em Mick Jagger, Keith Richards e seus convidados, interagindo com eles, e, ao mesmo tempo, os planos de distância que filmam o público.

 O concerto foi promovido pelo ex-presidente Bill Clinton e sua mulher, a atual aspirante à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton. As cenas iniciais são divertidas. O concerto não pode começar porque a mãe de Clinton não chegou ao teatro de Nova York. Para os fãs da banda, é um programão.