A economia dos Estados Unidos está praticamente ‘paralisada’, é o centro da desaceleração global e a expectativa é de que permaneça fraca nos próximos trimestres. As afirmações são do diretor do departamento de pesquisa do FMI (Fundo Monetário Internacional), Simon Johnson. Ele apresentou nesta quinta-feira o documento WEO (Perspectiva da Economia Mundial, na sigla em inglês).

“Apesar da resposta (do Fed, o banco central americano), condições mais apertadas no mercado de crédito, preços maiores de energia, mercado de trabalho frouxo e fraco mercado de moradias conspiram para pesar duramente sobre a economia no curto prazo.”

Johnson alertou, ainda, que a intensificação dos problemas no mercado de imóveis nos EUA pode desacelerar a economia justamente em sua trajetória de recuperação, o que pode “levar a mais perdas em balanços de bancos e maior impacto” global.

BRASIL

O Fundo exibe um otimismo relativo com a economia brasileira. “Estamos encorajados pela aparente resiliência (capacidade de absorver golpes) de vários exportadores de commodities (mercadorias primárias com precificações internacionais)”, disse Johnson, ao ser questionado sobre como o Brasil seria afetado por um eventual declínio no atual ciclo de consumo desses produtos. Johnson citou o fato de que países precisam pensar em formas para diversificar exportações. “Diversos países fizeram progresso nisso.”

No relatório, o FMI reconhece os riscos de uma reversão no ciclo de commodities e recomenda que países dependentes de exportações desses produtos procurem fazer reformas e fortaleçam instituições para se proteger de um choque nos preços.