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Cleyde Yáconis encena a arte como libertação
Natane Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
03/04/2008 | 07:07
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Aos 84 anos, 58 de profissão, Cleyde Yáconis utiliza sua experiência não com o propósito de ensinar, mas de surpreender, de abrir-se ao desconhecido. Assim, renovada, a atriz encarou o desafio de protagonizar Um Caminho para Meca, espetáculo que no próximo sábado inaugura um novo espaço para as artes cênicas na Capital, o Teatro Cosipa Cultura.

 Acompanhada de Lúcia Romano – vencedora do Prêmio Shell 2007 de melhor atriz pela atuação em Vemvai – O Caminho dos Mortos – e Cacá Amaral, Cleyde vive a história de Helen Martins, escultora sul-africana que teve a vida retratada no texto do dramaturgo também sul-africano Athol Fugard.

 “Cleyde é uma mulher que traz consigo toda essa bagagem, muito requinte, muita técnica”, conta a diretora Yara de Novaes. “Para mim, dirigi-la está sendo um divisor de águas, uma experiência artística e humana inigualável”, explica.

 Inédita no Brasil, a peça retrata parte da trajetória de Helen Elizabeth Martins (1897-1976), uma mulher à frente de seu tempo, que produziu uma arte não-convencional.

 Nascida e criada em uma pequena comunidade branca da África do Sul, no meio do deserto, a mulher preservava costumes conservadores e cultuava a fé protestante. Um dia, descobriu nunca ter amado o homem com quem foi casada, abandonou a igreja e encontrou na escultura o caminho de sua liberdade, o caminhos para criar sua própria ‘meca’.

 Sozinha, a personagem, então, começa a receber a visita de uma admiradora de suas obras e do pastor local. A ação se passa nesses encontros, em que o trio discute a vida, a solidão, o talento, a dificuldade da idade, a amizade e a confiança entre as pessoas.

ORIGEM

 “A produtora Fernanda Signorini conheceu o texto em Buenos Aires. Lá, é um sucesso há mais de cinco anos”, conta a diretora Yara de Novaes.

 Depois disso, foram três anos de produção e captação de recursos para levar a história aos palcos.

 Nesta montagem, Yara optou por uma cena única, em tempo real. Não há passagem de tempo ou mudança de cenários. Este, aliás, é composto por muitos objetos, como eles imaginaram a casa da escultora. “Optamos por uma grande brincadeira inspirada na casa de Helen. Abusamos de cores”, revela a diretora.

O Caminho para Meca. Teatro. Estréia sábado, às 21h. No Teatro Cosipa Cultura – av. do Café, 277. Tel.: 5070-7018. Ingr.: R$ 20 (meia-entrada) e R$ 40. Sextas, às 19h30; sábados, às 21h; domingos, às 18h. Até 1º de junho. 

Mais espetáculos

FILHO DAS ÁGUAS

Com texto e direção de Carlos ABC, a Tragatralha Cia. de Teatro traz ao Sesi Santo André, neste fim de semana, o espetáculo Filho das Águas – As Coisa Tem o Valor que Nóis Dá pra Elas. A montagem integra a programação do projeto Viagem Teatral.

 De uma forma lúdica, a peça aborda a relação de afetividade que o artista Elias Rocha tem com o Rio Piracicaba, ao criar bonecos de sucata e os colocar às margens do rio como símbolo da luta por sua preservação.

 Por meio de expressões culturais encontradas no Vale do Médio Tietê – como a Festa do Divino e do Cururu – o grupo traz à cena um jogo cênico, montado por 20 personagens encenados por quatro atores.

 A trilha sonora foi criada pelo poeta popular Abel Bueno, especialmente para esta montagem.  

Filho das Águas – As Coisa Tem o Valor que Nóis Dá pra Elas.Teatro. Sábado e domingo, às 20h. No Teatro do Sesi Santo André – pça. Dr. Armando de Arruda Pereira, 100. Tel.: 4997-3177. Entrada franca.

LAÇOS ETERNOS

Inspirado na obra espírita homônima de Zíbia Gasparetto, o espetáculo será encenado de amanhã a domingo no Teatro Municipal de Santo André.

 A trama narra a história de amor entre as mesmas almas que, ao longo dos séculos, habitam corpos diferentes.                 NT

Laços Eternos. Teatro. Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 18h. No Teatro Municipal de Santo André – pça. IV Centenário, s/nº. Tel.: 4433-0789. Ingr.: R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30; R$ 20 (meia-entrada) e R$ 40.



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