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Paranapiacaba: prédio histórico em ruínas
Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
11/03/2008 | 07:32
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O prédio onde funcionou o segundo cinema do Brasil, o Cine Centro Lyra da Serra, que fica na Vila de Paranapiacaba, em Santo André e é tombado pelo patrimônio histórico, está completamente abandonado. O Diário esteve segunda-feira no local, durante vistoria do presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Luiz Fernando de Almeida, ao projeto de modernização do circuito da vila histórica e, constatou que as condições são precárias.

A estrutura construídas em meados de 1900, hoje mais parecem farelos à beira de um desmoronamento, com portas, janelas e paredes despencando.

O cinema foi criado em 1903, na Sociedade Lyra da Serra, onde aos domingos à noite havia uma sessão de cinema mudo, geralmente filmes em série. O primeiro cinema do Brasil ficava no Rio de Janeiro.

O espaço funcionava como um centro cultural. Orquestras compostas por músicos locais tocavam belas valsas e até peças clássicas. Esses músicos não ganhavam nada, apenas tocavam para agradar os convidados. Além do cinema, o prédio da antiga sociedade tinha também um salão de jogos com mesas de bilhar e nos fundos, dois campos de bocha.

A subprefeita de Paranapiacaba e Parque Andreense, Vanessa Figueiredo, disse que apresentará neste mês, para os órgãos de preservação do patrimônio cultural Iphan, Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo) e Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Paisagístico de Santo André) proposta para um contrato de recuperação do antigo cinema que foi local de encontro das famílias inglesas no passado. “Queremos fazer do espaço, um centro de formação e educação para o patrimônio”, afirmou a subprefeita.

História - Na década de 1930 a Sociedade Lyra da Serra e o Serrano Atlético Clube, ambos de Paranapiacaba, se uniram e edificaram uma nova sede. O prédio de dois andares foi totalmente construído com madeira de lei, principalmente pinho-de-riga, importada da Inglaterra.

Em 2005, a Petrobras financiou a obra de recuperação do único clube de Paranapiacaba, que custou cerca de R$ 520 mil.



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