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Ameaça terrorista contra Olimpíada de Pequim pode ser exagerada
Da AFP
10/03/2008 | 09:21
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A China pode estar exagerando o perigo de uma ameaça terrorista procedente da minoria muçulmana do noroeste do país, afirmam analistas, depois que as autoridades chinesas anunciaram ter frustrado planos de atentados contra os Jogos Olímpicos.

A cinco meses das Olimpíadas, o governo chinês anunciou que supostos separatistas mortos no início do ano em Xinjiang - região muçulmana do noroeste da China, na Ásia Central - planejavam atacar o evento esportivo, que acontecerá em agosto em Pequim.

A China afirmou ainda ter frustrado na sexta-feira um projeto de "atentado terrorista" contra um avião que voava entre a capital de Xinjiang e Pequim. No entanto, poucos detalhes foram divulgados sobre os planos, com exceção de que vários passageiros teriam líquidos suspeitos.

Analistas e defensores dos direitos humanos não acreditam na gravidade da ameaça, em uma região submetida há 60 anos a uma rígida vigilância por parte do governo central. "A ameaça terrorista em Xinjiang não é muito, embora não possa ser completamente descartada", afirma Zhang Jiandong, especialista em terrorismo da Universidade Fudan de Xangai.

"Não acredito em um atentado terrorista importante contra os Jogos Olímpicos, mas pequenos grupos baseados em Xinjiang podem tentar ações", acrescenta. Dos 18 milhões de muçulmanos da China, quase 10 milhões vivem na Região Autônoma de Xinjiang, entre eles uigures, de etnia turca.

Alguns grupos continuam lutando pela independência do Turquestão Oriental, que conheceu uma efêmera existência entre 1930 e 1949. A China acusa o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, organização considerada terrorista pela ONU em 2002, de ser uma ameaça.

No entanto, os analistas não consideram a ameaça grave porque o acesso à região é rigidamente controlado e as fontes de informação independentes são inexistentes. Para algumas organizações de defesa dos direitos humanos, Xinjiang é apenas um pretexto, no que pode ser uma nova campanha de repressão contra a população uigur.




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