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Leci Brandão vai pensar 'com muito carinho' sobre ser ministra
Da Agência Brasil
06/02/2008 | 09:24
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Após a saída de Matilde Ribeiro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), na última sexta-feira, o nome da cantora Leci Brandão foi apontado pelo fundador e conselheiro da ONG Educafro, Frei David, como o preferido do movimento negro para ocupar o cargo.

Após passar o carnaval comentando os desfiles do sambódromo de São Paulo para a TV Globo, Leci conversou com a Agência Brasil na terça-feira. Disse não se sentir “preparada”, mas reconheceu que, caso fosse convidada, “pensaria com muito carinho, atenção e seriedade”. Ela demonstrou surpresa e disse desconhecer que seu nome havia sido lembrado. “Estou sabendo disso agora, até sentei”.

Leci afirmou que é preciso ter "amplos conhecimentos" e curso superior para assumir um ministério, mas depois ponderou que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é formado. Ela cursou três períodos de direito e chegou a ser aprovada em vestibular para comunicação social, mas não concluiu nenhum dos cursos.

A cantora afirmou que não é filiada a partido político e nunca ocupou cargo público, que já foi convidada por partidos para se candidatar a vereadora e deputada, mas não quis. “Sou independente”. Foi dessa forma que sempre preferiu lutar pelas causas com as quais simpatiza. “Defendo tudo que acredito, negros, índios, quilombolas, cantei em penitenciárias. Luto pelos menos favorecidos e eles me consideram uma defensora da reivindicações deles”.

Leci Brandão é conselheira da Seppir e foi escolhida para discursar em nome dos movimentos sociais na 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, em 2005, quando defendeu a política de cotas, a juventude negra e o reconhecimento das religiões de matriz africana na formação do país.

Sobre a saída de Matilde Ribeiro, que deixou o cargo após denúncia de gastos irregulares com cartão corporativo, Leci Brandão comentou: “Fiquei triste, é a segunda mulher negra que sai do Poder Executivo. A primeira foi a [ex-ministra] Benedita da Silva. Isso enfraquece a gente, enfraquece o movimento negro”.



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