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Lenine lança CD 'verde' sob encomenda
Julio Ibelli
Especial para o Diário
25/09/2008 | 07:43
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Labiata (Universal, R$ 25) é o novo CD de Lenine, patrocinado por uma gigante dos cosméticos nacional, que atrela sua imagem à defesa do meio ambiente. Como se espera de um disco de encomenda, essa temática vai e volta pelas 11 faixas. O trabalho sai também em vinil, com preço salgado, R$ 100.

Na mais direta delas - É Fogo, o pernambucano alfineta: "e um Mato Grosso em chamas longe arde", uma menção ao Estado onde a agropecuária força a fronteira com a Amazônia. Lenine ainda canta que os cientistas agora dão razão a "uma pá" de apocalípticos com um falso alarme. Aqui a alusão é clara: aquecimento global e a credibilidade conquistada pelos ambientalistas.

Martelo e Bigorna abre o disco e deixa escapar nas entrelinhas o que parece ser uma carta de intenções: "muito do que eu faço/ não penso, me lanço sem compromisso/ vou no meu compasso". Também há o instigante contraponto entre o "desejo martelo" e a "vontade bigorna" na letra.

Em Lá Vem a Cidade, mais um enigmático exercício de observação com apelo verde e um alerta sobre a pegada humana no planeta: "eu vim plantar meu castelo/ naquela serra de lá/ onde daqui a cem anos/ vai ser uma beira-mar...".

As referências ecológicas não param. O título escolhido para o CD é o mesmo de uma espécie de orquídea, que tem fama de dinâmica e se adapta aos ambientes mais adversos. A comparação é feita pelo filho de Lenine, João Cavalcanti.

Não só ambientes como colaborações diversas. Caso de Samba e Leveza, parceria póstuma de Lenine com Chico Science, a partir de fragmentos que trazem o choque de opostos entre tecnologia e natureza tão comum ao criador do manguebeat ("e a lua vem ouvir / o som estéreo do mar"). Impossível não imaginar os versos saindo da boca de Chico.

Arnaldo Antunes aparece na composição de Excesso Exceto (que ainda traz China nos vocais, outro bom nome da nova MPB). Em A Mancha, Lenine traz a batucada de Pedro Luís e a Parede, do qual ele produziu o último CD lançado, Ponto Enredo (2008). É a faixa que gera maior identificação com os seus trabalhos mais reconhecidos pelo grande público, sempre presentes nas rádios, como Olhos de Raio X .




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