Esportes Titulo Ramalhão
Pará troca o Santo André pelo Santos

Transferência foi confirmada na tarde de sábado; São Paulo também tinha interesse no meia do Ramalhão

Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
31/08/2008 | 07:23
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O meia Pará foi contratado pelo Santos. O presidente da Gestão Empresarial do clube, Ronan Maria Pinto, confirmou a transferência. "É uma negociação importante dentro do nosso projeto de formar e revelar jogadores. Além disso, mostra a credibilidade do trabalho que é desenvolvido no Santo André", afirmou o presidente, referindo-se ainda à contratação de Maikon Leite, que saiu do Ramalhão e era um dos principais destaques do Peixe até sofrer grave contusão.

A transação foi concluída ontem à tarde, numa reunião entre Ronan e representantes da Porus Sports, empresa que adquiriu os direitos do jogador e os repassou ao Santos.

Pará era pretendido também pelo São Paulo, mas, como não houve acerto financeiro, os contatos estavam interrompidos. Ao tomar conhecimento de que o Santos decidiu levá-lo, os dirigentes do Tricolor tentaram reatar as conversações. Milton Cruz, assistente de Muricy Ramalho, chegou a telefonar ao técnico Sérgio Soares, que se encontrava em Feira de Santana para o jogo de sexta-feira contra o Bahia, para pedir a interferência do treinador. No entanto, a transferência estava praticamente concluída.

Marcos Rogério da Silva Lopes, 22 anos, paraense de Marabá, submeteu-se a testes na escolinha do Santo André na temporada 2003. "Aí disparei pela direita e mandei um cruzamento na cabeça do Renato (atualmente no Atlético Paranaense). Aquela jogada começou a mudar a minha vida. Me ofereceu um salário mínimo de quase R$ 200. Telefonei aos meus pais (Antônio e Jaidê) para avisar que eu passaria a ganhar uma fortuna", lembra o ex-menino pobre do interior do Pará, que já morou em alojamentos cobertos de lona em um campinho abandonado no bairro de Santo Amaro, na capital.

Ganhar R$ 180 era demais para quem, antes de se candidatar a uma das vagas nos juniores do Santo André, buscou a sorte nas categorias de base do Bandeirante do Paraná, região de Londrina. "Como nada resolviam, abandonei o clube. Voltei a Marabá e jurei que nunca mais retornaria ao Sul. Então, meu empresário garantiu que tinha coisa melhor para o meu futuro. Me trouxe de novo... Sabem para onde? Para o alojamento que ventava frio lá em Santo Amaro. O cara queria me colocar de novo no Bandeirante. Lá, me ofereceram R$ 50. Falei: o quê? Fui embora", conta Pará, pai de Gabriela (3 anos). A mulher dele, Paula Pamela, sempre disse ao marido que ele nunca poderia desistir de sonhar.




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