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Fanfarras têm música para todas as idades
Do Diário do Grande ABC
20/08/2008 | 07:11
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São Bernardo tem fortes laços culturais com a música. Uma de suas principais tradições é o trabalho junto às fanfarras e bandas.

A atividade teve seus primeiros passos na década de 1960, com o surgimento dos grupos. A iniciativa deu tão certo que alguns integrantes daquela época aparecem hoje como grandes nomes do meio musical, como o trombonista Itacyr Bocato Jr. e o multiinstrumentista Walter Sky. "Na nossa época havia grandes concursos de fanfarras. A garotada gostava muito. Era bem ligado ao cenário norte-americano", lembra Sky.

Em 1974, surgiu a Banda Sinfônica de São Bernardo do Campo, como uma evolução musical natural para as fanfarras. Apesar de seu destaque, não foi o suficiente para dar novo ânimo à atividade. Com o passar do tempo essa cultura foi se perdendo.

Mas nos últimos anos, novos projetos musicais surgiram com o intuito de retomar as fanfarras. A partir de 2000, não só a Banda Sinfônica foi revitalizada como novos grupos surgiram.

É o caso da Banda Mirim, que trabalha com a formação musical de crianças a partir dos 8 anos. "Eles aprendem a manusear os instrumentos e a conhecer música. Após essa formação, eles entram para a banda", explica o regente Eduardo Stella. A banda é composta por 60 músicos com até 16 anos.

Após essa faixa etária, eles podem ingressar na Banda Jovem, regida por Juan Martinez. Com o intuito de uma formação musical mais ampla para os jovens até 25 anos, o grupo teve de fazer alterações no repertório para atrair o público. Segundo Martinez, "o pessoal ainda tem uma imagem errada de fanfarra, mas há mil possibilidades. Somos uma jazz-sinfônica."

Dando continuidade ao projeto, o próximo passo do músico é brigar por uma disputada vaga na Banda Sinfônica, que faz shows, principalmente em escolas. "Esse projeto é interessante pois dá uma perspectiva para o músico. Há uma continuidade de trabalho', diz o regente do grupo Valter Bruzati.

Preocupado com a preservação das bandas, Walter Sky tem boas perspectivas para o futuro das fanfarras. "São Bernardo tem uma cultural municipal que surgiu e não parou. Hoje eu vejo que as bandas ainda vivem. O importante é que as fanfarras não parem", diz o músico.

Porta aberta ao talento dos alunos

Além de manter viva uma tradicional atividade cultural da cidade, as bandas surgem como uma opção a mais para as crianças. "Dentro das escolas, ou os alunos vão para o esporte ou vão para a área cultural. Depende muito de você trabalhar com a criança para ela tomar essa decisão", diz o encarregado das fanfarras nas emebs, Gilberto Messa.

O projeto atinge 28 unidades das escolas municipais, mas ainda não faz parte da grade curricular obrigatória.

O aprendizado dentro das bandas tem ajudado as crianças. Entre o grupo da Banda Mirim está Jéssica Ferreira, 11 anos. "O bom é que a gente aprende muito e aprende a tocar vários instrumentos de uma vez só", diz Jéssica, que se dedica ao sax alto.




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