Nem as freqüentes mudanças do técnico Sérgio Soares na zaga do Santo André, que invariavelmente atingem Dedimar, parecem alterar o comportamento sempre tranqüilo do líbero. Aparentemente, o capitão do time na conquista da Copa do Brasil-2004 ignora o status de uma das estrelas do elenco a ele conferido pelos torcedores e dirigentes. Tanto é que ele não reivindica qualquer tipo de privilégio.

"Temos o mesmos direitos. Se eu reclamasse, iria prejudicar aquele que também briga pela posição. Não é do meu estilo. Nunca faria isso", garante.

Dedimar, 32 anos, reconhece que a longa estrada - seleção olímpica, Palmeiras e futebol japonês, entre outros - serviu para colocar uma nova ótica nos conceitos anteriores à recente transformação.

"A vida é que te ensina. Um dia, não quis renovar o meu contrato no Santo André. Não apareceram as propostas que eu imaginava. Fiquei parado um tempão. Enfrentei um monte de problemas. Resolvi ceder para que pudesse continuar no clube. Era como se eu fosse feliz e não soubesse. Aprendi a exercitar a paciência, a perseverença, a luta pelos meus objetivos, essas coisas. Não importa se momentaneamente sou titular ou reserva. O que vale, acredito, é a minha consciência de que aqui é o meu lugar. Veja como são as coisas. Quase vou embora, recuo e, em seguida, levanto a taça do título que ganhamos em cima do Flamengo", exemplifica.

Dedimar participa de um curso de marketing esportivo no Instituto Vanderlei Luxemburgo. Ele avisa que não pretende parar nos gramados, mas já se liga nas opções do meio profissional. Quem sabe, como técnico ou em diferentes funções dos bastidores.