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Determinado a tirar proveito de suas imensas reservas de bruto, o Iraque reiniciou nesta sexta-feira a exploração de seus campos de petróleo depois de duas décadas de interrupção consecutivas às sanções internacionais impostas a este país durante o regime de Saddam Hussein.
"O ministério do Petróleo celebra hoje, sexta-feira, a volta ao trabalho, após 20 anos de interrupção, das equipes responsáveis pela exploração do petróleo iraquiano", declarou à AFP o porta-voz do ministério, Assem Jihad.
O ministro do Petróleo, Hussein Chahristani, deputados iraquianos e o governador da província de Zi Qar, Aziz Kadom Alwan, assistiram a uma cerimônia no campo de Al-Gharraf, perto de Massiriyah (350 km ao sul de Bagdá).
O ministério dispõe agora de "três equipes, treinadas no exterior às técnicas mais modernas", segundo Jihad.
"Os primeiros elementos indicam que há um bilhão de barris de bruto de reservas em Al-Gharraf. Este número ainda pode dobrar", afirmou o porta-voz do ministério do Petróleo.
As autoridades pretendem extrair 500 mil barris por dia daqui a 18 meses em Al-Gharraf.
A província de Zi Qar também conta com o campo de Nassiriyah.
O ministério do Petróleo estimou em quatro bilhões de barris as reservas existentes em toda a província.
“O ministério começou a instalar novas refinarias no país, nas províncias de Zi Qar, Kirkuk, Kerbala e Missane, além de renovar outras refinarias em Bagdá, Basra e Diwaniyah”, destacou o ministro Chahristani.
O objetivo das autoridades é dobrar as reservas de bruto comprovadas, que se elevam atualmente a 115 bilhões de barris.
Desde a invasão do Kuwait, em 1990, e a série de sanções da ONU instaurando um rígido embargo, o Iraque deixou de explorar seus campos e limitou drasticamente suas exportações.
Um programa da ONU, "Petróleo contra Alimentos", permitiu a Bagdá vender petróleo em troca de bens humanitários, entre 1996 e 2003.
Depois de cinco anos de guerra e de uma relativa diminuição da violência no país, as autoridades estão abrindo progressivamente sua exploração a dezenas de companhias estrangeiras.
O governo precisa das multinacionais para assinar contratos de assistência técnica para aumentar sua capacidade de produção em 500 mil barris por dia. Por sua vez, as grandes empresas ocidentais querem se instalar no Iraque para tirar proveito das gigantescas reservas de bruto do país.
O ministério iraquiano do Petróleo deve escolher daqui a junho de 2009 algumas das 40 petroleiras estrangeiras candidatas para explorar "seis campos de petróleo e dois de gás".
As autoridades iraquianas querem extrair daqui ao fim do ano 3 mbd (milhões de barris por dia), contra 2,5 mbd atualmente.
A meta é alcançar uma produção de 4,5 mbd dentro de cinco anos. Atualmente, 2,11 milhões de barris são exportados a cada dia.
O Iraque, que dispõe das terceiras maiores reservas comprovadas de bruto do mundo, carece de tecnologia e de capitais, principalmente por causa das sanções internacionais, que impediram o país de modernizar sua rede de produção e distribuição.
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