Uma casa de jogos ilegais foi localizada pela polícia na madrugada de ontem no número 2.372 da Rua Amazonas, em São Caetano, a cerca de 100 metros da Prefeitura. No local foram encontradas 55 máquinas de videopôquer e cerca de R$ 66 mil em dinheiro.

Após receberem uma denúncia anônima, policiais militares chegaram ao local por volta da 1h e esperaram até as 5h, quando os freqüentadores começaram a sair.

"Quando a polícia chegou, os funcionários mandaram a gente ficar quieto e não sair do lugar", contou Marco Aurélio, 55 anos. No local estavam 13 clientes e quatro funcionários (três mulheres e um homem).

A movimentação na rua era monitorada por três câmeras e observada em um monitor posicionado no hall de entrada. A jogatina era realizada no térreo, em um espaço sem qualquer abertura ou janela, mas equipado com ventiladores e com forte cheiro de cigarro. Algumas cadeiras, quase todas com design moderno e confortáveis, tinham a inscrição Bingo Cerro Corá bordada no encosto.

Uma pequena cozinha, com muita cerveja e refrigerante, indicava o comércio de bebidas. No segundo andar, amplos cômodos vazios funcionavam como possível sala de espera. Havia também dois banheiros, com distinção de masculino e feminino.

No terceiro andar funcionava um escritório, onde a polícia encontrou um caderno de contabilidade que registrava a movimentação diária: de R$ 60 mil a R$ 80 mil.

Uma das jogadoras, que não quis se indentificar, disse que o estabelecimento funcionava há um mês e meio. Um aposentado vizinho ao local afirmou que antigamente o imóvel abrigava um buffet, e que atualmente tinha "um entra e sai de pessoas a noite toda". Ele também conta que os portões da casa, que antes eram vazados, receberam recentemente chapas de aço, para bloquear a visão. "Um dia eu vi descarregar um monte de monitores, mas imaginei que fosse uma empresa", diz o aposentado.

A Secretária de Estado da Segurança Pública informou que o crime é tipificado como contravenção. Todos os envolvidos foram ouvidos e liberados, mas precisarão se apresentar em audiência no Juizado Especial Criminal. (Supervisão de Samir Siviero)