O ex-reitor da Fundação Santo André, Odair Bermelho, ainda não foi citado pela Justiça no processo que o denuncia por peculato. Só quando ele for citado é que será obrigado a defender-se da denúncia. Até lá, o processo que o acusa de peculato ficará parado.

O Tribunal de Justiça informou que a citação será feita no Diário Oficial do Estado, mas ainda não há previsão para isso. Ocorre que o ex-reitor mora na Capital - que é outra comarca -, e os oficiais de justiça de Santo André não podem intimá-lo.

O Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para Repressão e Prevenção ao Crime Organizado), autor da denúncia contra Odair Bermelho, entrou com um mandado de segurança contra a negativa do pedido de prisão preventiva para o ex-reitor. O recurso ainda não foi julgado. Outra atitude dos promotores foi pedir o embargo da decisão do juiz José Carlos Camargo, que permitiu a defesa prévia de Bermelho ainda na fase de autuação do processo.

Em sua decisão, o juiz alega, entre outros motivos, que a denúncia foi apresentada sem provas, como exames grafotécnicos nas notas fiscais suspeitas de fraude. A Promotoria estranha o fato, uma vez que não haveria o que se examinar nas notas: a maior parte da documentação reunida pelo Gaerco é impressa, e não preenchida, e já há confirmação dos emissores delas de que são falsas.

O advogado do ex-reitor, Sérgio Salomão Shecaire, informou que elaborará a defesa prévia assim que ele for citado.

Odair Bermelho é acusado de ter fraudado notas fiscais e recibos para desviar dinheiro da Fundação Santo André em duas viagens ao Nordeste do País em junho de 2005. Ele e outros dois ex-funcionários da Fundação são alvos da investigação do Gaerco. O trio teria retirado cerca de R$ 18 mil do centro universitário. Todos estão em liberdade.