Mesmo sem a adoção de medidas semelhantes à que tomou o governo do Mato Grosso, de suspender a venda de produtos da Gradiente no Estado, muitos lojistas em todo País optaram por não comercializar a marca, temendo pagar multas por desrespeito aos direitos do consumidor. Na Bahia é difícil encontrar artigos do fabricante.

"A Gradiente faliu, por isso não temos mais produtos dela para vender", disse o funcionário de uma loja, distribuidor em todos os Estados do Norte e do Nordeste. A falência não ocorreu, mas a empresa amarga uma das piores crises de sua história.

A coordenadora de postos do Procon da Bahia, Adriana Menezes, disse que não há
orientação que indique uma ação do órgão em relação à venda de produtos da Gradiente, nos moldes do que ocorreu no Mato Grosso.

Segundo Adriana, os próprios lojistas tomaram a iniciativa de deixar de vender, para não ficarem sujeitos ao pagamento de multas.

Na Bahia, somente em maio, a Gradiente foi alvo de 124 reclamações no Procon, 54 delas por não cumprir as condições de garantia. Outras 33 reclamações ocorreram por falta de peças para reposição. O restante das queixas é por produtos entregues com defeitos, cancelamento de compras, cobrança indevida, demora na entrega.

O governo pensa em ajudar a Gradiente. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita a Manaus, disse que o governo está fazendo a sua parte para ajudar a empresa e citou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O banco se coloca à disposição para ajudar com financiamentos, desde que haja sócio disposto a aportar novos investimentos. A fábrica fica no pólo industrial de Manaus, mas seu centro administrativo está em São Paulo.