Economia Titulo Petroquímica
Unipar: 'finalista na integração do setor'
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
16/06/2008 | 07:11
Compartilhar notícia


Sócio majoritário na segunda maior companhia petroquímica do País, o grupo Unipar pode ser considerado um vencedor, ao superar outras empresas na corrida para ganhar o apoio da Petrobras e ingressar no seleto grupo dos players mundiais do segmento.

É dessa forma que o presidente do Conselho da Unipar, Frank Geyer Abubakir, faz um balanço da criação da Quattor, formalizada na última semana, resultado de anos de negociação com a estatal. "Eram muitos os candidatos, mas fomos os finalistas desse processo de consolidação", disse Abubakir.

Neto de Alberto Soares Sampaio, que foi o fundador, em 1954, da Refinaria União (atual Refinaria de Capuava), a primeira fábrica do Pólo Petroquímico do Grande ABC, Abubakir considera que o acordo resultante da formação da gigante do setor foi muito satisfatório, apesar de a Petrobras ter direito a veto em algumas questões patrimoniais. "Mas é a Unipar que toca a companhia. Em um processo feito de dentro para fora, percebemos que era de bom senso e saudável para os nossos acionistas e para o País", disse.

Vice-líder na produção de resinas de polietileno e polipropileno (matéria-prima para a fabricação de embalagens plásticas), com 40% do mercado nacional, a Quattor terá sede no Rio de Janeiro. Mas Abubakir reforça o compromisso de investir em São Paulo, desde que haja uma melhora nas condições tributárias do Estado.

Ele explica que a maior parte das plantas do processo produtivo da Quattor está em São Paulo e a intenção é crescer aqui, "dependendo do apoio do governo do Estado, já que as desvantagens tributárias em relação a outros Estados são enormes". Embora o governo estadual tenha lançado decreto no final do ano passado que reduz a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 18% para 12%, a obtenção do incentivo depende do cumprimento de um programa semestral de metas de arrecadação, investimentos e empregos.

A Unipar tem na gigante petroquímica seu principal negócio e conta com outras operações no grupo, entre elas a Carbocloro, líder na produção de cloro-soda no País, e a Polibutenos, que opera dentro da planta da Petroquímica União, no Pólo do Grande ABC, mas se manteve fora da unificação de operações que resultou na Quattor.

A Unipar também se capitalizou com a venda, há poucos dias, por quase R$ 500 milhões, da União Terminais, empresa com unidades de logística de granéis líquidos (de produtos químicos) em Santos, Rio de Janeiro e Paranaguá.

Questionado sobre o motivo para a venda da União Terminais, Abubakir afirma que o principal fator foi concentrar os negócios na estratégia de produzir commodities, atividade de capital intensivo. "A União Terminais, apesar de ser geradora de caixa, não era de porte expressivo, além do que, vendemos por um preço muito satisfatório".

O executivo mostra confiança no cenário atual do setor petroquímico brasileiro. A atividade, que passou por uma fragmentação a partir da década de 1980, iniciou um processo de consolidação nesta década, com o apoio da Petrobras, que resolveu fortalecer a atuação no segmento.

Para Abubakir, a perspectiva de crescimento dos negócios este ano é promissora. "Quando o PIB cresce um, nós crescemos três", disse. Ou seja, se o Brasil crescer 4%, a expansão da atividade é estimada em 12%.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;