Alunos e professores de cursos extracurriculares oferecidos até o ano passado nas escolas da rede municipal de São Bernardo prometem protestar hoje, às 15h, em frente à Secretaria de Educação. Eles tentam desde janeiro audiência com a secretária Cleuza Repulho, que no início do ano proibiu a cobrança pelas aulas de balé, esportes, línguas, entre outros, que aconteciam na rede há cerca de 30 anos e cobravam mensalidades abaixo do valor de mercado.

Após sessão tumultuada na Câmara na semana passada, havia sido marcada para hoje reunião na sede da Pasta, na Avenida Wallace Simonsen. No entanto, o encontro foi cancelado ontem à tarde, conforme a presidente da APCESBC (Associação dos Profissionais dos Cursos Extracurriculares de São Bernardo), Valéria Vieira. A associação representa os cerca de 250 professores que atuavam nos cursos extracurriculares, que atendiam por volta de 2.000 alunos.

Valéria afirma que falta diálogo por parte da Prefeitura e, por isso, o protesto foi a única forma encontrada pelo grupo para se fazer ouvir. "Tentamos diversas vezes conversar com a secretária, buscar alternativas para os estudantes e profissionais, mas até agora nada. Por isso, vamos nos reunir e fazer um panelaço, apitaço, o que estiver ao nosso alcance para que ela olhe para a gente e aceite nos receber."

A Secretaria de Educação, por sua vez, alega que a cobrança pelos cursos nas escolas municipais foi proibida levando-se em conta que inviabiliza a participação de todos e fere o princípio da escola pública e gratuita. Além disso, a prática estaria irregular, segundo a resolução vigente, que no artigo 6º, inciso 3, define que estão proibidas atividades com fins lucrativos em prédios municipais.