Cultura & Lazer Titulo Cinema
Drama de uma
obsessão implacável

'A Hora Mais Escura' traz caçada a Bin Laden e explora
envolvimento físico e psicológico de uma agente da CIA

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
15/02/2013 | 07:10
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O terrorismo sempre foi investigado pelas organizações de segurança de todo o mundo. Claro que tudo tomou outra proporção quando as duas torres do World Trade Center foram destruídas por um ataque em 11 de setembro de 2001. Para os Estados Unidos, a caçada pelos responsáveis se tornou algo bem pessoal e transformou Osama bin Laden no homem mais procurado do mundo. A incansável busca pelo líder radical ganha as telonas em 'A Hora Mais Escura', que chega aos cinemas de São Paulo.

O contexto da história pode sugerir que um grupo de militares embarca em diversas missões audaciosas e repletas de ação, mas a diretora Kathryn Bigelow ('Guerra ao Terror') vai atrás do drama dos verdadeiros investigadores da situação. No caso, explorando todo o envolvimento físico e psicológico da agente da CIA Maya (papel de Jessica Chastain, com boas chances de levar o Oscar de melhor atriz neste ano). Baseada em uma personagem real, ela dedicou quase dez anos de sua vida a encontrar suspeitos e ligar pistas que levassem os norte-americanos até ao número um do grupo Al-Qaeda.

A protagonista personifica justamente essa obsessão, que em muitos momentos remete ao desejo de vingança pelas milhares de mortes causadas no fatídico atentado. O trabalho pede uma pessoa fria e Maya age como um robô, sem emitir qualquer tipo de emoção - seja tristeza ao perder um dos amigos ou entusiasmo quando as peças do jogo parecem se encaixar. Ela vai aprendendo como esse jogo sujo repleto de torturas funciona. Para tentar manter um pouco de humanidade, disfarces a ajudam a desenvolver a postura durona necessária para lidar com os presos frente a frente.

Kathryn Bigelow iniciou o trabalho pensando em tratar somente do desejo do governo em saber o paradeiro de Bin Laden. A morte do terrorista em 2011 resultou em mudanças no roteiro. Não se sabe se a abordagem original poderia ser mais interessante, mas os minutos finais com a invasão de uma equipe do esconderijo do procurado prendem a atenção. É exemplo de como a tensão pode ser gerada sem grandes explosões e forte trilha sonora de fundo. A calmaria da vida real da investigadora soa monótona em diversos momentos, mas a diretora sabe lidar muito bem com esse tipo de clima de guerra.




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