Cultura & Lazer Titulo Táxi Imã
Pipo em gostosa viagem sonora
Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
08/12/2011 | 07:19
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Divulgação


Suas músicas nascem sem regra definida. Ora com o violão na mão, sem pretensão de compor. Ora pela rua, caminhando, algo chama a atenção e então surge uma melodia e assim "vai nascendo um esqueletinho de música", como ele mesmo revela. Foi dessa forma que surgiu 'Taxi Imã' (YB, R$ 20 em média), segundo álbum do compositor paulistano Pipo Pegoraro.

As dez músicas que integram a obra são inspiradoras, repletas de poesia. O cantor ilustra as canções com romantismo, fala do fim da tristeza, canta para a personagem Sofia "Bom dia, boa tarde/Sofia. Vamos ver amanhecer. O que foi de passagem, Sofia/paisagem" e fala do radinho de pilha que - de sucesso em sucesso - lembra um grande amor.

Produzido por Pipo ao lado do compositor e cantor Bruno Morais, 'Taxi Imã' tem pegada pop, e de canto suave. Mas não é só isso. Ele ataca com pitadas ácidas de rock e ingredientes sutis de samba, caso de 'Ouro Bondali'. O resultado é viagem sonora repleta de energia e descobertas, com canções deliciosas.

Mérito também do mergulho dos músicos nas canções. "Na medida em que conhecíamos a fundo as músicas e os caminhos que elas nos mostravam, cada integrante deixou sua influência aparecer e somamos nossa ‘bagagem' de forma fluída para a construção das canções", explica Pipo.

Além de compor e cantar, o músico traz ao disco belo apanhado de instrumentos. A guitarra não é o único presente nos arranjos de boa parte das composições. Da mala ele tira viola caipira, violão e charango - pequeno instrumento de cordas sul-americano da família do alaúde.

O disco passeia por faixas psicodélicas e cheias de elementos como 'Hoje', um dos destaques. Outro bom momento fica por conta da deliciosa 'Samambaia'. A canção é açucarada pela voz da cantora Kika - participação especial no disco - e é recheada por arranjos cuidadosos de cordas.

Conduzido por banda competente e cheia de boas ideias, o álbum tem arranjos preciosos de trombone, trompete, coro, flauta, percussão, orgão, piano elétrico e até bandolim - esse, obra do músico Henrique Araújo.

Vale ressaltar aqui que a sonoridade que o álbum promove é das melhores. As composições parecem ter sido envelhecidas em barris de carvalho - e ainda assim soam modernas -, prontas, agora, para desgustação. O contrabaixo é forte e marcante e harmoniza bem todas as faixas. A bateria tem som abafado, vintage, que junto dos outros instrumentos promovem resultado orgânico e coletivo.

Taxi Imã - que pode ser baixado gratuitamente pelo site (www.amusicoteca.com.br) - levou um ano para ficar pronto e, sem dúvidas, foi feito com esmero. O músico conta que já tem canções para o proximo. Se forem tão graciosas quanto as de 'Taxi Imã', que venha em breve.

Mais do disco
'Graveto' - Instrumental e de harmonia marcante, a faixa é dançante e temeperada por delicioso suingue. Sua harmonia remete à canções da década de 1970.
'Sofia' - Canção que mescla delicadeza à arranjos psicodélicos conta com belo coro, além de ótimo arranjo de metais.
'Arapuê' - Acústica e de clima dançante, é revestida por instrumentros de sopro e pelo som das cordas do charango.
'Samambaia' - A deliciosa voz da cantora Kika dá tom ao tema, que, por conta do bandolim e piano, se transforma em universo de elementos sonoros.




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