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No retorno ao Sul, Santos fica no empate com o Grêmio

Peixe jogou pela primeira vez em Porto Alegre após caso de racismo envolvendo goleiro Aranha

Felipe Simões
19/09/2014 | 07:59
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Estadão Conteúdo


No retorno do goleiro Aranha à Arena Grêmio, em Porto Alegre, após o caso de racismo em partida da Copa do Brasil, o Santos ficou no empate sem gols com o Grêmio em duelo válido pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Com o resultado, o Peixe permanece na nona colocação, com 30 pontos, a sete do G-4 da competição. Já o Grêmio foi aos 36 e agora ocupa a quinta posição na tabela de classificação.

Apesar da Arena Grêmio ter ficado com muitos espaços vazios, os torcedores presentes não deixaram o goleiro Aranha em paz e proferiram xingamentos homofóbicos e vaias no início do duelo. Além disso, muitos cobriam a boca para evitar leitura labial pelas imagens das câmeras de televisão, como houve no caso envolvendo a torcedora Patrícia Moreira, que agora vai trabalhar em uma ONG na capital gaúcha (leia mais ao lado). Em campo, o confronto era muito estudado e disputado no meio campo, com poucas investidas no ataque.

A primeira ameaça foi do Grêmio, aos 18 minutos. Lucas Coelho recebeu na área e bateu cruzado. Ágil, Aranha caiu e fez defesa providencial para impedir o gol gaúcho.

No minuto seguinte, o Tricolor saiu rápido em contra-ataque e Lucas Coelho acertou a trave esquerda do goleiro santista.

Na segunda etapa, as equipes voltaram mais leves e dispostas a atacar. Logo aos dois minutos, Dudu avançou pela esquerda e finalizou para boa defesa de Aranha.

Depois disso, pouco aconteceu no duelo. O Grêmio insistia mais no ataque, mas não oferecia perigo ao goleiro rival, enquanto o Peixe se resguardava mais e buscava, sem sucesso, o contra-ataque.

No fim da partida, os gaúchos ensaiaram pressão, mas o Santos resistiu bem e não correu muitos riscos para levar o empate para a Baixada Santista.  

Torcedora que ofendeu Aranha vai trabalhar em ONG social

Após perder o emprego no Centro Médico Odontológico da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, a torcedora Patrícia Moreira, flagrada chamando o goleiro Aranha de ‘macaco’ na partida entre Grêmio e Santos, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, na Arena Grêmio, no dia 28 de agosto, passará a ter outra ocupação a partir da próxima semana. Ela vai trabalhar com a ONG (Organização Não Governamental) Cufa (Central Única de Favelas).

De acordo com o presidente estadual da Cufa no Rio Grande do Sul, Paulo Daniel Santos, a gremista vai passar por treinamento de educação racial, com aulas e palestras sobre o tema, e depois poderá atuar no projeto Chutando o Preconceito, que tem o jogador Tinga, do Cruzeiro, como embaixador. 

A torcedora admitiu que chamou Aranha de ‘macaco’ e deve ser indiciada por injúria racial qualificada. A pena para esse tipo de crime varia de um a três anos de prisão. Em entrevista ao jornal Zero Hora, na terça-feira, ela disse que pretende se transformar em símbolo da luta contra o racismo. “Pretendo mudar essa imagem. Ser um exemplo que englobe todos os times e torcidas”, disse.  




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