Economia Titulo Seu bolso
Inflação de janeiro é
a maior desde 2003

Alimentos e cigarro têm participação relevante na variação
média de preços de 0,83%, maior patamar da última década

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
08/02/2013 | 07:29
Compartilhar notícia


Os preços subiram tanto no mês passado que foi o suficiente para que a inflação oficial brasileira atingisse 0,86%, maior patamar dos últimos dez anos para janeiro.

Como se trata de uma média ponderada da cesta de gastos mensal das famílias, o resultado parece baixo. Os vilões para o bolso do consumidor, já conhecidos para o mês, foram os alimentos, principalmente aqueles cultivados ao ar livre. "Esses preços subiram em função de adversidades climáticas", destacou, por nota, a coordenadora de índices de preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina Nunes. O resultado foi publicado ontem pelo IBGE, empresa de pesquisa vinculada ao governo federal. A inflação é apontada pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador que reflete as condições para as famílias com renda entre um e 40 salários-mínimos.

Em janeiro de 2003, segundo o IBGE, o IPCA atingiu 2,25%. Seguindo adiante na história dos preços, a inflação do mês passado foi a segunda maior para janeiro desde 1996, quando o registro foi de 1,34%.

O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), publicado junto ao IPCA pelo IBGE e que aponta a inflação para as famílias com renda entre um e seis salários-mínimos, atingiu 0,92%, maior percentual para os últimos dois anos. Em janeiro de 2011, chegou a 0,94%.

Esse resultado evidencia que os alimentos pesaram no orçamento das famílias, principalmente das mais pobres, que gastam mais com esse tipo de produto, que é básico. No IPCA, o grupo alimentos e bebidas teve pressão inflacionária de 1,99%. Para o INPC, 2,10%.

O departamento de economia da Austing Rating avaliou que a oferta dos alimentos in natura foi prejudicada pelo clima, o que contribuiu, em grande parte, para elevar os preços dos alimentos.

O tomate, por exemplo, ficou 26,15% mais caro no mês passado. Foi dono da maior inflação entre os mais de 300 produtos e serviços que compõem o IPCA. Outros alimentos cultivados ao ar livre como a batata inglesa (20,58%), cebola (14,25%), hortaliças (10,86%) e cenoura (9,83%) também pressionaram o índice.

Os fumantes não se deram bem em janeiro. Segundo o IBGE, por causa do aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o cigarro encareceu 10,11% e foi responsável pelo maior impacto individual no indicador geral. Desta maneira, o grupo despesas pessoais inflacionou 1,55%.

Apresentaram alta os grupos artigos de residência, de 1,15%, transportes, de 0,75%, saúde e cuidados pessoais, de 0,73%, e educação, de 0,35%.

Por outro lado, habitação deflacionou 0,2% - já pressionada pela queda no custo da energia elétrica -, os preços dos vestuários caíram em média 0,53% e os gastos com comunicação ficaram 0,08% menores.

 

Altas nos gastos são maiores para a Grande São Paulo

As famílias da Grande São Paulo sofreram mais do que a média nacional no mês passado com suas despesas. Segundo o IBGE, o IPCA-SP apresentou inflação de 0,99%, contra 0,86% registrado no País.

Enquanto a cesta de gastos com alimentação e bebida da família brasileira ficou 1,99% mais cara, para a Região Metropolitana o percentual atingiu 2,03%.

Quem dominou a lista dos preços com maior expansão foi a batata inglesa, com alta de 25,43%. Em seguida aparecem alface, com acréscimo de 19,74%, repolho, que ficou 19,74% mais caro, e o tomate, primeiro da lista nacional, com aumento de 18,88%.

O grupo despesas pessoais também se posicionou na categoria peso-pesado no IPCA-SP, com inflação de 2,6%, superior ao 1,55% do índice oficial nacional.

O cigarro, com aumento da carga tributária que influenciou o seu preço, também foi o principal item no grupo com alta no preço. Ele encareceu 15,16%, contra 10,11% da média nacional.

As famílias da Grande São Paulo presenciaram ainda inflação de 0,07% nos produtos e serviços de habitação, aumento médio de 1,51% nos preços de artigos de residência, acréscimo de 0,67% nos transportes, 0,83% para gastos com saúde e cuidados pessoais e 0,15% nas despesas de educação. Deflacionaram os grupos vestuário, com -0,84%, e comunicação, com -0,16%.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;