Economia Titulo Potencial de consumo
Gasto com material escolar é de R$ 111 mi

Dados do Ibope apontam ainda que potencial de consumo
da região com mensalidades em 2013 é de R$ 1,1 bilhão

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
04/02/2013 | 07:34
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Andréa Iseki/DGABC


Duas filhas, duas contas. Ao menos foi assim para a dona de casa Alessandra de Souza Carvalho. Ela desembolsou R$ 414, para cada criança, apenas com material escolar neste ano. "Tive que reduzir os gastos com algumas besteiras, como bolachas e doces, por exemplo", explica Alessandra, sobre o malabarismo orçamentário que fez para dar conta das despesas sazonais.

 

Ela e vários outros pais pertencem a um grupo de moradores do Grande ABC que gastará, neste ano, cerca de  R$ 111,65 milhões para adquirir material escolar aos filhos, sobrinhos, netos e enteados.

Em relação ao ano passado, a região elevou o potencial de consumo desse tipo de produto em 10,9%. São R$ 11 milhões a mais do que em 2012.

As informações são da ferramenta Pyxis de Consumo do Ibope, que concedeu os dados com exclusividade à equipe do Diário.

Neste ano, o gasto médio per capita com material escolar será de R$ 43,42, expansão de 10,4% frente a 2012.

A contabilista Simone Martins Fantini calcula que desembolsará 6% a mais do que no ano passado, e está bem acima da média da população da região. Ela comprou material para o filho de 3 anos, o que custou por volta de R$ 320. "Gastei cerca de R$ 300 em 2012", diz. Ela conta que não sentiu a necessidade de cortar alguns gastos para compensar o quanto direcionou ao material escolar. "Me planejei para isso", afirma.

A professora Andreia Marques também ultrapassou a média com a lista de material do seu filho, Gabriel Marques, que prefere lápis, caderno, estojo e mochila ilustrados. "Gosto muito de carros", diz o menino. Ela explica que comprou R$ 280 de material escolar. E reconhece que os produtos com estampas temáticas são bem mais caros, mas quis satisfazer o filho. "Me planejei para essa época e enxuguei os gastos em algumas coisas", lembra Andreia.

MENSALIDADE

Segundo o Ibope, o potencial de consumo per capita do Grande ABC com mensalidades e matrícula é de R$ 428,37 neste ano. O valor representa incremento de 4,7% sobre 2012.

Com isso, a região deverá desembolsar R$ 1,1 bilhão, em 2013, para esse tipo de consumo de Educação. As famílias da classe de consumo B serão responsáveis por 68,51% deste montante, ou R$ 754,62 milhões. Em seguida aparece a classe A, com R$182,94 milhões (16,6%) e a classe C, com R$ 156,7 milhões (14,2%). Os menos abastados, das classes D e E, vão direcionar R$ 7,2 milhões (0,66%).

 

Educação demanda R$ 75 bi no País

 

As famílias brasileiras vão direcionar R$ 75 bilhões com gastos em educação em 2013, aponta levantamento do Instituto Data Popular. Desta maneira, o desembolso será 5,6% superior ao registro do ano passado.

Dos R$ 75 bilhões, 81%, ou R$ 60,75 bilhões, vão para os gastos com matrículas e mensalidades. Apenas para materiais escolares serão outros R$ 14,25 bilhões.

Para o Ibope, o potencial de consumo dos brasileiros é menor, de R$ 52,4 bilhões para matrículas e mensalidades, expansão de 6% sobre o ano anterior, e R$ 6,8 bilhões para materiais escolares, acréscimo de 11% ante 2012.

O Instituto Data Popular avalia, por nota, que o crescimento do potencial de consumo de educação ocorre porque as famílias estão com uma percepção de que o ensino público está em processo de piora e os pais estão priorizando o ensino dos filhos no orçamento.

 

Diferença de preços de canetinha atinge até 579%

 

Os pais que ainda não compraram os materiais escolares devem pesquisar as melhores oportunidades nas lojas da região, pois as diferenças entre os preços de produtos iguais em estabelecimentos diferentes atingem até 579%.

Este é o caso de um conjunto de 12 canetinhas coloridas comercializado em bazares e papelarias do Grande ABC por R$ 2,80 até R$ 19. O resultado é fruto de pesquisa da equipe do Diário em 16 estabelecimentos da região, na segunda semana do ano.

A segunda maior disparidade de valores ocorre com a régua de acrílico de 30 centímetros. O menor preço do material é R$ 0,50. Por outro lado, 500% superior, o maior é R$ 3.

PESO PESADO

 

Entre os itens mais caros estão o fichário, encontrado por até R$ 55, e o pacote de sulfite com 500 folhas, por até R$ 22,50.

A lista de materiais pesquisada contém 16 itens básicos e unitários. São Caetano tem o maior valor médio da região, com R$ 113,26. Em seguida apare São Bernardo, com R$ 106,12, e Ribeirão Pires, com R$ 103,34.

 

 




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