Se não fossem os retardatários, Marilson Gomes dos Santos apareceria sozinho na foto ao cruzar a linha de chegada nos 10 mil metros, ontem, no Pan-Americano. A superioridade do brasileiro na prova foi tamanha que ele abriu quase 100 m de distância para o segundo colocado, o mexicano Juan Carlos Romero, cravando 29min00s64. Outro brasileiro apareceu na terceira posição e, apesar de breve desconcentração na reta final ao acenar para os torcedores, conseguiu o bronze.

Marilson, bicampeão da Maratona de Nova York, não deu chances aos rivais. Controlou a prova com categoria e com apenas 12 voltas já colocava o guatemalteco Pirir Santos na condição de retardatário. Depois foi preciso apenas controlar o ritmo e assegurar a tranquila vitória, conquistando a medalha de ouro que escapou no Rio de Janeiro, em 2007, quando ele ficou com a prata/CS.

Após a vitória no Pan, Marilson agora corre em busca da vaga olímpica na maratona. Na última tentativa, em Chicago, há 18 dias, ele abandonou a prova. "Não vou mais tentar a melhor marca. Não estou preocupado com isso. Acabei tentando o recorde, forcei demais e não consegui completar. Na próxima vou largar em ritmo mais tranquilo com o único intuito de fazer o índice. E vou conseguir", promete.

MUSA DOURADA

Parada, Ana Cláudia Lemos já é digna de premiação pela beleza, correndo, é ouro na certa. Ontem ela praticamente voou nos 200 m livre e com incrível sprint final conseguiu superar a jamaicana Simone Facey ficando com a vitória ao cravar o tempo de 22s76.

Apesar da vitória, por pouco um apito não pôs tudo a perder. "Achei que era para parar. O apito ficou mais forte. Se desacelerasse um pouquinho mais podia ter perdido", criticou a cearense de 22 anos. "Antes de entrar no bloco já queria que acabasse logo. Pensei que ia sair como campeã pan-americana ou muito triste. Deu tudo certo. Estou feliz e com a sensação de dever cumprido ao trazer mais um ouro para o Brasil", comemorou a musa, que há dois dias havia fracassado nos 100 m, prova que detém recorde sul-americano.

Na mesma competição, mas no masculino, o brasileiro Bruno Lins esteve muito perto do ouro, mas perdeu o ritmo no fim e ficou com o bronze.

Ontem, o Brasil ainda conseguiu uma medalha de prata com Cruz Nonata da Silva nos 5.000 m, sua segunda na competição. A brasileira de 37 anos ficou atrás apenas da mexicana Marisol Romero.

Diego Hypólito garante ouro no solo e fatura bicampeonato

Diego Hypólito conquistou a medalha de ouro no solo na ginástica artística dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, na tarde de ontem. O brasileiro somou 15,8 mil pontos e assegurou o bicampeonato. Em 2007, no Rio de Janeiro, também foi o melhor no aparelho.

"Estava bastante seguro.Meu objetivo é sempre conquistar medalhas, independemente da cor. Se for de ouro, como hoje (ontem), melhor ainda", comentou.

Motivado pela conquista, Diego estipula os planos para o futuro. "Meus próximos objetivos são o pré-olímpico e a Olimpíada de Londres", contou Diego.

Coube ao estreante em Pans Arthur Zanetti fechar o dia em bom estilo: com outra performance sólida nas argolas, o brasileiro ficou com a medalha de prata no aparelho.

Outros brasileiros classificados para as finais por aparelhos, Sérgio Sasaki, no cavalo com alças, e Daniele Hypólito e Adrian Nunes, no salto sobre o cavalo, ficaram fora do pódio.

Daniele ficou com média 13.587 após cometer um erro na chegada do segundo salto, mas foi Adrian quem roubou a cena ao chegar muito perto do pódio. Graças ao bom primeiro salto, a brasileira terminou com 13.962, em quarto lugar.

Hoje, além de Diego no salto sobre o cavalo, Daniele no solo e na trave e Sasaki nas barras paralelas, o Brasil terá Petrix Barbosa na final da barra fixa. A disputa tem início às 16h (de Brasília).

Fernando Reis faz história no halterofilismo

Pela primeira vez, o Brasil comemorou uma medalha de ouro no levantamento de peso em Jogos Pan-Americanos. Ontem, em Guadalajara, na categoria acima de 105 kg, a revelação Fernando Reis, 21 anos, obteve a marca de 410 kg, bateu o recorde da competiçãoe terminou o torneio na primeira colocação.

 A última vez que um brasileiro conquistou medalha na modalidade foi em no Pan de 1995, com Edmilson Dantas, que ganhou duas de bronze na categoria até 99 kg.

A prata ficou com o venezuelano Yoel Jose Morales, com 393 kg, e o bronze com o canadense George Kobaladze, que levantou 390 kg.

Já na primeira tentativa Reis levantou 176 kg, a melhor marcar atingida por todos os competidores até então. Na segunda, ele levantou 181 kg e superou o recorde pan-americano no arranque. Ele ainda melhorou a marca ao erguer 185 kg e cravar o recorde da competição.

Fernando foi para o arremesso com 10 kg de vantagem sobre o norte-americano Patrick Earth Mendes e o guatemalteco Christian Alberto Lopez, ambos empatados com 175 kg.

Nessa fase, o atleta brasileiro carregou 211 kg na primeira tentativa e manteve a vantagem sobre os outros adversários. Ele melhorou a marca com 216 kg, e igualou o recorde total pan-americano do chileno Cristian Escalante em 401 kg.

Mas ainda faltava consolidar a nova marca no arremesso. Na terceira tentativa Fernando Saraiva levantou 225 kg, somando um total de 410 kg. Nos últimos 18 meses, Fernando, que mede 1,85 m e pesa 132 kg, se submeteu a uma dieta de engorda, e ganhou cerca de 30 kg. A dieta dele incluía um prato com arroz, feijão, bife e batatas fritas logo no café da manhã e também à noite, no jantar.