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Longe de ser miserável

Dirigida por Tom Hooper, superprodução estreia com oito
indicações ao Oscar e três Globos de Ouro já conquistados

Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
01/02/2013 | 07:00
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No dicionário, a palavra miserável significa muito pobre, sem valor, ínfimo. Nos cinemas, o espectador vai vivenciar experiência totalmente oposta com Os Miseráveis, que estreia hoje. Vencedor de três Globos de Ouro, um SAG Award e com coleção de indicações ao Oscar (marcado para o dia 24), a produção, dirigida por Tom Hooper (O Discurso do Rei), chega de forma avassaladora. Em cinco semanas nos Estados Unidos, a adaptação cinematográfica do musical - visto no teatro por mais de 60 milhões de pessoas, em 42 países e 21 idiomas - já arrecadou US$ 138 milhões.

A grande curiosidade em cima do filme é, por si só, pela história envolvente, dramática e que escancara a decadência humana, escrita em 1862 pelo francês Victor Hugo (1802-1885). A excelente interpretação nua e crua, em especial dos irreconhecíveis Hugh Jackman como Jean Valjean, e Anne Hathaway, no papel de Fantine, merece a ida ao cinema. Além deles, fazem parte do elenco Russell Crowe (Javert), Amanda Seyfried (Cosette), Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen, como o hilário e aproveitador casal Thénardier.

Outro ponto positivo é a escolha do figurino carregado de cores e texturas, trabalho do espanhol Paco Delgado, que se inspirou na dramaticidade do diretor Pedro Almodóvar. Os cenários também retratam fielmente o período de guerras na França. A história sobre o homem preso por matar a fome de uma criança e eternamente perseguido por isso, acontece em três momentos: 1815, 1823 e 1832.

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O que divide opiniões mesmo é o formato. São quase duas horas e 40 minutos de diálogos e performances inteiramente cantadas e gravadas em tomadas sem interrupções, mostrando certa fragilidade de alguns atores nesse quesito. O que, em alguns momentos, incomoda a ponto de o público cansar e ficar inquieto na cadeira.

O diretor Hooper explica: "Queria arriscar e criar algo de um gênero bem diferente. O que me empolgava mais era a ideia de fazer isso ao vivo. Não importa o quanto a sincronização dos atores cantando playback é boa, o público identifica que há algo que não é verdadeiro."

E apelo para a real emoção é o que não falta em Os Miseráveis. As cenas de morte e amor incondicional chocam a ponto de as lágrimas rolarem no escurinho do cinema. Apesar de ser um filme do tipo ame ou odeie, quem aguentar a enxurrada de canções vai perceber que valeu muito a pena não ter levantado no meio do filme e ido embora.




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