Preterido, o candidato ao Palácio dos Bandeirantes pelo PMDB, Paulo Skaf, desconversou ontem sobre o fato de o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), agendar série de atividades eleitorais em São Paulo sem a sua presença. “Na verdade cada um está fazendo uma agenda. Estado é grande e os problemas são muitos”, sintetizou. O cacique peemedebista visitará, ao lado de prefeitos do partido, dez cidades paulistas nos próximos dias, ‘esquecendo’ de escalar o postulante da legenda ao Estado nos eventos políticos.

Skaf desembarcou ontem em Poá, na região metropolitana de São Paulo, enquanto o número dois do Palácio do Planalto inaugurou comitê em Tietê, no interior do Estado, sua cidade natal. A relação ficou estremecida após atividade do PMDB em Jales, organizada pelo vice-presidente, em que o candidato a governador abandonou o palanque, antes mesmo do término do evento. A situação constrangedora foi provocada devido à postura do postulante em evitar atrelar sua imagem com a do PT, de Dilma Rousseff, cabeça da chapa presidencial.

Presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o peemedebista se esquivou da saia justa ao justificar que assumiu anteriormente compromisso de campanha na região do Alto Tietê. “Não foi possível estar em Tietê, pois tinha agenda planejada aqui”, repetiu. Segundo Skaf, até a data da eleição, no dia 5, são poucos dias e “há muita coisa para se fazer” de caminhada. “Estou concentrado de forma muito forte na eleição paulista, no Estado”, frisou, sugerindo distanciamento com o pleito de reeleição do PMDB como vice na dobrada nacional.

Na sequência, o candidato do PMDB à sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB) tentou minimizar o episódio, afirmando que pretende “prioritariamente conhecer todos os problemas de São Paulo”. Não respondeu, entretanto, suas alegações pela falta de agenda conjunta. “Quero ouvir o povo. Tenho sentido nas ruas que as pessoas estão cansadas do PT e PSDB e querem renovação, um outro caminho.”

SECRETARIA DO POVO

Em visita a bairros carentes, Skaf reiterou o interesse em criar a Secretaria Especial do Povo. Segundo o peemedebista, pessoas de comunidades participarão efetivamente da proposta, fiscalizando execução de projetos. “Quero resultados concretos. Não quero vir ouvir essa gente e depois de eleito não aparecer mais. E também não quero ser governador que fala e não faz. Para isso, teremos equipe só pensando nesses bairros carentes.” Questionado se é possível retornar a cada localidade, ele prometeu: “Se necessário, estarei.”

O peemedebista atenuou os ataques feitos pelos adversários, principalmente Alexandre Padilha (PT), de que a proposta “de quem só representou os ricos” é “ridícula”. Para Skaf, críticas são de rivais que estão desesperados. “Falta de humildade e desrespeito ao povo que está tendo Alckmin e Padilha quando se consideram governadores do povo.”