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Paulo Nogueira lança 'O Amor é um Lugar Comum'
28/01/2013 | 10:15
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Paulo Nogueira ainda é um nome pouco conhecido entre os leitores brasileiros. Uma das razões está ligada ao fato de ter morado em Portugal nos últimos 25 anos, onde publicou oito romances, dos quais só um foi lançado aqui, "O Suicida Feliz" (Planeta do Brasil). Embora a distância entre os continentes não tenha impedido autores portugueses de serem editados e fazer sucesso no Brasil - e basta citar Gonçalo M. Tavares e Valter Hugo Mãe -, o fato é que as editoras portuguesas não fazem lá muito esforço para promover os brasileiros.

 

Agora, com a volta definitiva de Paulo Nogueira ao Brasil e o lançamento de seu livro "O Amor é um Lugar Comum" pela Intermeios, é possível que uma injustiça seja, enfim, corrigida, valorizando um dos autores mais originais da ficção luso-brasileira.

 

O "luso" fica por conta de expressões que insistem em trair a associação íntima de Nogueira com a cultura portuguesa. Radicado em Portugal desde 1988, ele usa "a roupa hasteada no estendal", no lugar de "a roupa pendurada no varal", para descrever a ordem prussiana da casa do narrador de "O Amor É um Lugar Comum" - narrador que é também um escritor, o primeiro da galeria de personagens de Nogueira.

 

Com seu característico humor, ele descreve a própria profissão por meio dele: "Ser escritor é tanto uma profissão como, sei lá, um encantador de serpentes, uma espécie de hobby emproado", sintetiza no novo livro, ao traçar o retrato de Bernardo Correia, o autor-narrrador apaixonado por Lívia Nunes, que conheceu no primeiro dia de aula na escola de sua filha Francisca, de seis anos.

 

O livro fala de amores fracassados e da relação entre quatro amigos: Afonso, "um beato antediluviano", Diana, uma "maluquinha esotérica", Bernardo, o "escritor maldito", e Eugênio, o "mulherengo insaciável" que caça suas presas pela internet. A redução a estereótipos parte da própria Diana, uma editora, em resposta à provocação de Eugênio, arquiteto, quando morre Afonso, médico sem fronteiras e católico piedoso. Nogueira mostra como, apesar das quatro visões diferentes de mundo, é esse o tipo de amor que sobrevive entre "esgrimistas" da existência numa era de relacionamentos expressos.

 

O livro é o mesmo publicado em Portugal pela Oficina do Livro, selo do grupo Leya, apenas com algumas alterações, feitas pelo próprio autor. "Queria evitar que a leitura fosse truncada e ficasse subordinada ao contexto português", justifica Nogueira, também crítico, colaborador de jornais portugueses e revistas brasileiras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

O AMOR É UM LUGAR COMUM

Autor: Paulo Nogueira.

Editora: Intermeios (232 págs.,R$ 35)




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