Política Titulo Desvirtuado
Cavaletes emporcalham principais ruas da região

Placas irregulares atrapalham moradores; na
cidade de Sto.André, 350 peças são recolhidas

Daniel Tossato
Renato Gerbelli
10/09/2014 | 07:01
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Andréa Iseki/DGABC


Instalada em diversos pontos irregulares nas principais ruas das cidades do Grande ABC, enxurrada de cavaletes tem atrapalhado o dia a dia do morador da região, além de poluir o cenário das sete cidades. A equipe do Diário percorreu diversas vias e constatou o cenário de vale-tudo eleitoral, em que inúmeras placas, dos mais variados partidos, são colocadas em áreas verdes, em postes e em calçadas de grande movimento, prejudicando a locomoção.

A Justiça Eleitoral proíbe a instalação de cavaletes em praças, locais gramados ou postes de iluminação e sinalização. As propagandas só podem permanecer entre as 6h e 22h – horário também desrespeitado pelos candidatos.

Somente ontem, primeiro dia em que vigorou pacto assinado entre Prefeitura de Santo André e cartórios eleitorais da cidade, 350 cavaletes foram recolhidos no município. A maior quantidade foi registrada no bairro Santa Terezinha, 134 peças.

Na Vila do Doce, em Ribeirão Pires, o deficiente visual Benedito Bursi, 53 anos, esbarrou em cavalete que estava numa das entradas da praça. “Senti que trombei em algo, mas não sei o que era. É ridículo que os candidatos ainda espalhem propagandas pela cidade, o exemplo deveria vir deles.”

Em Mauá, cartazes foram colocados em locais que prejudicam a sinalização viária. Irregularidades são facilmente constatadas nas avenidas Barão de Mauá e Governador Mário Covas Júnior. O comerciante Antônio Carlos Santana, 49 anos, tirava fotos das propagandas para registrar denúncias pelo site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ferramenta à disposição do eleitor. “Estou aguardando as fotos dos candidatos que poluem a cidade. Falta divulgação do que é proibido e fiscalização do que está sendo feito.”

Idosos não pouparam críticas aos postulantes pelo uso irregular de cavaletes. Vários tiveram de desviar de placas instaladas de maneira ilegal, sem antes registrar reclamação com o abuso eleitoral.


“Atrapalha todo mundo. Se não obedecem às leis, como votarei neles? Acredito que deveriam ser cassados por poluírem a cidade”, opinou o aposentado Renzo Soldani, 76, que passava pela Avenida Coronel Alfredo Flaquer, no Centro de Santo André. “Ando com dificuldade e tenho medo que estes cavaletes caiam em cima de mim”, adiciona a também aposentada Nilza Amaro, 78.

A multa para quem desrespeita a legislação pode variar de R$ 2.000 a R$ 8.000.




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