Política Titulo Sem simplicidade
Luxo é marca de primeira Casa de Marina na região

Unidade pró-candidatura da presidenciável do PSB no Grande ABC tem dois banheiros, dois andares e internet à disposição

Júnior Carvalho
Especial para o Diário
05/09/2014 | 07:43
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Nario Barbosa/DGABC


A primeira Casa de Marina instalada no Grande ABC está longe da simplicidade que a presidenciável do PSB diz haver entre seus eleitores. Em vez de residências de moradores comuns, galpão comercial localizado em área nobre de São Caetano vai estrear o projeto criado por Marina Silva em 2010 para driblar falta de recursos e para exaltar que sua campanha era diferente das demais.

Em nome do ex-presidente do PSB de São Caetano Alessandro de Freitas Leone, o imóvel está situado na Rua Amazonas, no bairro Santa Paula. Trata-se de espaçoso salão comercial, com direito a dois banheiros, dois andares e computadores conectados à internet banda larga. Ostentando conforto, está longe de se assemelhar a cômodos recatados onde a ex-senadora faz questão de dizer que moram seus eleitores. Ontem, funcionários pintavam fachada do local, com últimos retoques.

Casa de Marina foi o termo criado em 2010, quando ela disputou pelo PV o Palácio do Planalto pela primeira vez, para batizar comitês caseiros instalados nos lares de seguidores interessados em difundir o nome de Marina pelo Brasil sem receber nada em troca. Na época, a ideia era encontrar alternativas às dificuldades financeiras da campanha e tornar a presidenciável mais conhecida, já que não acumulava longas experiências no Executivo – havia sido somente ministra do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Lula.

“O Brasil que queremos será feito por todos os brasileiros, cedendo suas casas, seus ideais e o seu coração”, afirmou Marina, há quatro anos, quando lançou o projeto. No pleito deste ano, a tática foi repetida, mas com uma diferença: o nome de Eduardo Campos (morto em agosto) foi incluído.

Sem se identificar, a equipe do Diário conversou com Leone sobre a Casa de Marina em São Caetano, que será inaugurada amanhã. De prontidão, o socialista pontuou que foi orientado a trocar o título por conta de “alguns problemas”. Ele se referiu à Casa de Eduardo e Marina aberta em julho, em Osasco, onde o proprietário do domicílio de três cômodos que abrigou o comitê afirmou ter recebido promessa para ganhar dinheiro pelo apoio a Marina – à ocasião, afirmou que aguardava receber “unzinho” pelo empréstimo de sua morada. A ex-senadora alegou desconhecer o ocorrido. O caso foi divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.

Segundo Leone, o local servirá exclusivamente como comitê eleitoral para a campanha de Cicote rumo à Assembleia Legislativa. No comunicado enviado à imprensa, no entanto, a equipe do socialista destaca como “primeira Casa de Marina e Cicote do Grande ABC”. Leone não citou valores, mas entrou em contradição ao comentar sobre a forma como negociou o uso do espaço. “Decidi alugar (...) na verdade eu cedi (gratuitamente)”, argumentou.

O Diário procurou Cicote para comentar o assunto, mas o socialista não retornou aos contatos.




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