Cultura & Lazer Titulo Especial
Viagem por
Orlando Mattos

Mescla de estilos, formas e cores marca mostra
do artista radicado em Diadema, que vai até dia 20

Vinícius Castelli
30/07/2014 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


As influências de suas obras são diversas. Vão do Impressionismo ao Cubismo, passando pelo Expressionismo. Dono de traços precisos, mistura certeira de cores e um belíssimo e também crítico olhar do mundo e da vida, é o artista de Diadema, Orlando Mattos, quem ganha mostra em São Paulo, na Casa da Fazenda do Morumbi (Av. Morumbi, 5.594. Tel.: 3742-2810).

Com curadoria de Jussara Martins, a exposição Retrospectiva Orlando Mattos, realizada pela Academia Brasileira de Arte e Cultura e História, abriga parte de seus trabalhos a partir de amanhã, às 20h, para convidados. O público poderá visitar de terça a sábado, das 11h às 18h. A entrada é grátis. A mostra segue em cartaz até dia 20.

Contemporâneo de artistas como Cândido Portinari e Di Cavalcanti, o paranaense radicado no Grande ABC morreu em 1992, mas seu legado segue em frente, capitaneado pelo filho Luiz Carlos Mattos e com a ajuda da mulher Graça Mattos.

“Serão 40 obras nas mostra, três delas são do acervo da família. Haverá outras, de coleções particulares, são obras que merecem ser vistas”, afirma Luiz.

Entre quadros que retratam a vida das crianças, trabalhadores e a sensualidades das mulheres, o visitante poderá ver peças como Êxtase, de 1973, disponível para compra. Produzida em óleo sobre duratex, ela retrata duas mulheres nuas deitadas na cama. Outra que foi separada para conquistar os olhos do público é Afago de Mãe e Filho, de 1968.

“Meu pai pintou seu tempo e retratou esse espaço de vida. Mesmo após 30, 40 anos, suas obras ainda são atuais”, diz Luiz. “Ele era muito além de sua época. Pintou hélice em automóvel, já falando do trânsito de São Paulo, pintou mulheres de biquíni quando esse acessório nem existia.”

Mas o patrimônio deixado por Mattos vai muito além dos quadros. Charges publicadas em diversos veículos de comunicação também fazem parte do legado. “O desenho era capaz de derrubar um presidente. As caricaturas movimentavam a opinião pública naquela época”, relata o filho.

Hoje, Luiz conta com cerca de 100 obras de seu pai. Parte do acervo foi comprado por colecionadores e algumas obras foram doadas para prefeituras, inclusive da região. É possível conhecer um pouco de Mattos no site Cidades Paulistas (www.cidadespaulistas.com.br). “Os jovens devem saber dessa obra, que meu pai foi um grande artista. Quero alavancar o nome dele. Esse legado não é só meu, é de todo mundo”, encerra Luiz. 




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