Economia Titulo Crescimento econômico
S.Bernardo amplia participação
no PIB e é destaque nacional

Juntas, as cidades do Grande ABC seguem na quarta
posição no ranking do IBGE, atrás de SP, Rio e Brasília

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
13/12/2012 | 07:00
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São Bernardo ganhou destaque no País em 2010, ao ampliar participação no PIB (Produto Interno Bruto) nacional - que é a soma das riquezas produzidas - em relação ao ano anterior. De acordo com estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado ontem, o município foi o segundo do Brasil com maior crescimento frente ao ano anterior, entre as cidades que representam mais de 0,5% da economia brasileira, perdendo apenas para Vitória (ES).

A expansão foi pequena, de apenas 0,1 ponto percentual. No entanto, no mesmo período, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro reduziram, respectivamente, de 0,3% e 0,2%, seu peso no PIB brasileiro.

O crescimento, de acordo com análise do IBGE, refletiu a força do setor automobilístico, que ganhou impulso naquele ano, com a ajuda de medidas de estímulo do governo, depois da crise de crédito global que atingiu as indústrias no País em 2009. O município, que representa 0,9% da economia nacional, concentra fábricas de cinco montadoras (Volkswagen, Ford, Mercedes, Scania e Toyota).

Apesar da melhora, São Bernardo segue em 13º no ranking nacional e em quinto no Estado. Por sua vez, se o Grande ABC fosse uma cidade, também continuaria em quarto lugar, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

 

INDÚSTRIA

Em 2010, o setor industrial fortaleceu a economia da região em relação a 2009, segundo o economista e diretor do Dise (Departamento de Indicadores Socioeconômicos) da Prefeitura de Santo André, Dalmir Ribeiro, que corrigiu os números pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro de 2012.

Com base em dados deflacionados (descontando a inflação), Ribeiro cita que o PIB do Grande ABC teve aumento de 13,5% - sem correção, a alta foi de 19% - enquanto a atividade econômica paulista registrou expansão de 11,1%.

Por sua vez, o valor adicionado (ou seja, o que agrega riqueza na economia) da indústria cresceu na região 13,7%, enquanto em todo o Estado a expansão foi de apenas 8,4%. O economista acrescenta que dois municípios lideraram esse movimento: São Bernardo, cujo setor industrial cresceu 16,6% de um ano para o outro, e São Caetano (28,8%).

Para o secratário de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, Jefferson da Conceição, os dados são favoráveis por uma série de fatores: expansão de investimentos públicos e privados na cidade; a chegada do Rodoanel, que realçou a localização estratégica do município; e o boom imobiliário.

INDÚSTRIA

Se de um ano para o outro a economia do Grande ABC se fortaleceu, a região perdeu participação no PIB estadual no período de 2000 a 2010. No início da década passada, representava 7,1% da economia do Estado e, dez anos depois, passou a 6,8%, segundo levantamento da Fundação Seade, com base em números do IBGE.

Essa queda ocorreu apesar de os sete municípios terem ampliado seu peso no valor adicionado da indústria paulista, de 8,8% para 9,7% no mesmo período.

O estudo do Seade mostra que essa melhora do setor industrial se deveu principalmente a São Bernardo, que representava 3,3% da atividade fabril estadual e ampliou sua participação para 4,3%.

Por esse fator, a cidade se manteve como a quinta maior economia do Estado, enquanto Santo André perdeu duas posições (passou de oitavo para o décimo lugar) e Mauá despencou do 17º posto para o 23º. Já Diadema subiu de 14º para 13º e São Caetano foi do 15º para 14º.

Os números da região mostram que, mesmo com a reestruturação produtiva da década de 1990, processo em que muitas indústrias ampliaram seu processo de terceirização de atividades, e também com a desconcentração de segmentos para outras partes do País - como foi o caso das montadoras, que abriram fábricas no Sul e no Nordeste -, o polo industrial automotivo do Grande ABC permaneceu forte.

Cimar Aparício, economista da Fundação Seade, assinala que, ao mesmo tempo, municípios como Santo André ampliaram sua vocação em outras áreas. Em 2000, 36% do valor adicionado da cidade provinha da indústria e 64% eram serviços, e, dez anos depois, esses percentuais mudaram, respectivamente, para 32% e 68%. Colaborou Pedro Souza




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