Ele voltou. Após três anos, Sérgio do Prado reassumiu o cargo de diretor do futebol do Santo André. O dirigente foi apresentado ontem, com direito a festa da torcida no Bruno Daniel, iniciou as primeiras conversas com o técnico Rotta para saber como está o elenco e traçou uma meta: levar o Ramalhão de volta à elite nacional até a Copa do Mundo de 2014.

Na primeira entrevista como dirigente, Sérgio do Prado não escondeu a satisfação que sentiu em retornar ao clube "do coração". "Estou voltando para minha casa. Estive aqui no Santo André por 16 anos. Saí do Palmeiras em uma situação que já vinha sendo delineada. Quando ainda estava lá, o Ronan (Maria Pinto, presidente da Gestão Empresarial), já havia me convidado. Quero retribuir da melhor maneira essa confiança. Eu e minha família nascemos em Santo André, por isso o clube mexe muito com a gente", declarou.

O dirigente evitou dar detalhes sobre o projeto apresentado ao presidente da Gestão Empresarial, que ele considera fundamental para a equipe do Grande ABC retomar os tempos de glória. "O projeto é trazer o Santo André de volta ao devido lugar em três anos, até a Copa do Mundo de 2014. Mas, primeiro, devemos calçar as sandálias da humildade, saber onde estamos e o que vamos fazer para crescer", disse o dirigente, que espera apoio de todos os que amam o Ramalhão.

"Ninguém faz nada sozinho. Por isso, peço a união de todos, torcida, dirigentes, comissão técnica, jogadores, munícipes, poder público. Todos que gostam do clube precisam se unir. Caso contrário não vamos chegar a lugar algum", ressaltou Sérgio.

Sobre a questão do Estádio Bruno Daniel, que segue interditado pela Prefeitura, o dirigente prefere aguardar pela decisão jurídica, mas adiantou que não vai deixar o Santo André jogar com portões fechados.

"Esse problema (do estádio) vem se arrastando há algum tempo e precisa de análise jurídica melhor. Não é algo simples. Mas o fato é que precisamos atuar em nossa casa o mais rápido possível. Na Série C, vamos jogar algumas partidas fora porque temos penalidades a cumprir. O que não pode se pensar em falar é jogar com portões fechados. Isso eu nem considero", afirmou o diretor.

CAPELLA

A chegada de Sérgio do Prado não implica diretamente na saída do atual diretor de futebol do clube, Luis Antonio Ruas Capella. Pelo menos por enquanto.

O dirigente esteve ontem no Estância Santa Luzia, onde está concentrado o time que vai disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior em janeiro, ao lado de investidores. E conversou com o presidente Ronan apenas por telefone.

"O Ronan me disse que eu continuaria no clube, mesmo com a chegada do Sérgio do Prado. Vamos conversar pessoalmente na segunda para saber o que ele pretende para mim. Se eu for útil ao Santo André, vou continuar trabalhando", afirmou Capella.

O diretor afirmou também que não teria problemas caso fosse designado para ocupar outro cargo no clube. "Nomenclatura é o que menos importa. Já fui diretor de futebol, diretor da base, entre outras funções. Há algum tempo, o Ronan me perguntou se eu continuaria no projeto do time, mesmo com baixo orçamento. Tive duas propostas de outras equipes e, mesmo assim, eu aceitei continuar", relembrou.