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O trabalho e suas doenças: a transformação

Na memória da ainda industrializada Grande ABC, a evolução das doenças no trabalho...

Ademir Medici
24/07/2014 | 07:00
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Na memória da ainda industrializada Grande ABC, a evolução das doenças no trabalho. Como era no passado, como é hoje. Cresceram, diminuíram?

Muita coisa mudou. Uma das empresas pioneiras, a Rhodia, adquiriu terreno entre a estrada de ferro e o Rio Tamanduateí há exatos 100 anos, 1914, para entrar em funcionamento em 1919. Hoje praticamente desativou o seu parque industrial em Santo André e a história mostra o embate entre esta e outras indústrias com os trabalhadores, tendo à frente o Sindicato dos Químicos do ABC.

Semana que vem será lançado livro forte sobre o tema e as doenças mais contemporâneas entre os trabalhadores do setor. Remigio Todeschini, o organizador do livro, resume o conteúdo da publicação:

- O livro é fruto de pesquisa realizada entre 2012 e 2013.

- Detalha o adoecimento de 25 subsetores da área química da extração de petróleo, produção, química, petroquímica, indústria do vidro, borracha e plástico analisando os microdados da Previdência Social de 1,3 milhão de trabalhadores, comparando-os com uma amostra dos demais trabalhadores não químicos.

- Analisa as principais ocupações mais sujeitas ao adoecimento, buscando as possíveis causas do problema.

- Do Grande ABC, são reproduzidos casos de aglomerados importantes e hoje extintos e/ou reformulados: Petroquímica União (Santo André), Ferro Enamel (São Bernardo) e Matarazzo (São Caetano).

O próximo Sindiquim, jornal dos Químicos do ABC, trará entrevista de Todeschini feita pela jornalista Gislene Madarazo.

TRECHO

Em geral diminuíram as mortes e a gravidade dos acidentes, mas descobriram-se mais doenças que antes não apareciam, até porque a pesquisa é mais esmerada e não fica nos limites impostos pela legislação. Vemos que persiste o velho adoecimento e acidentes por traumatismo, principalmente no setor plástico e setor de cana de açúcar.

De que adoecem os trabalhadores químicos

Vários autores

Organizador: Remigio Todeschini

Editora: LTr

Lançamento:8 de agosto, às 18h

Local: Sindicato dos Químicos do ABC

Endereço: Avenida Lino Jardim, 401, Santo André

Mais informações: 4435-8410

Da obra de Mário Mastrotti, no Diário,

Cubinho em: DIREITOS HUMANOS.

ANO: 1978.

Visite exposição na Biblioteca Central da UMESP. Até 31 de julho;

blog do cubinho: http://personagemcubinho.blogspot.com

Diário há 30 anos

Terça-feira, 24 de julho de 1984 – ano 27, nº 5578

Manchete – PMDB e liberais (do PDS) unem-se na aliança democrática (para escolha do futuro presidente da República)

São Bernardo – SAB do bairro Assunção inaugura sede própria, à Rua Assunção, 132. A entidade estava instalada, provisoriamente, na residência do presidente, advogado e professor José Mario Casa. É sócio número 1 João Pessotti.

Futebol – Domingo, no Canindé, pelo Campeonato Paulista: Portuguesa 0, Santo André 0.

Em 24 de julho de...

1924 – Revolução em São Paulo: uma diligência de paz, o bombardeiro da cidade, novos incêndios. Fonte: Estadão.

- No 19º dia do conflito, os hospitais receberam ontem numerosas vítimas do bombardeio, a grande maioria representada por elementos da população civil.

- Quase todas as localidades das cercanias da Capital transformaram-se em refúgio das famílias paulistas, inclusive São Bernardo (nome genérico de todo o Grande ABC da época).

1974 – Constatados dois casos de meningite em São Bernardo; instalados dois postos de atendimento em Santo André; situação considerada grave.

Hoje

Dia da Iluminação Elétrica no Brasil

Município Paulista

Hoje é o aniversário de Itatinga, elevado a município em 1896, quando se separa de Avaré.

Santos do dia

- Santa Cristina (século 3). Segundo os mosaicos descobertos na Igreja de Santo Apolinário, em Ravena, construída no século 6, Cristina era realmente uma das virgens cristãs mártires das antigas perseguições.

-Luisa de Sabóia

- Niceta

- Sarbélio Makhluf

- Ursino

Falecimentos:

Hugo Miguel Etchenique

(Bolívia, 24-11-1925 – São Paulo, 21-7-2014)

Aos 25 anos, em 1950, Hugo Miguel Etchenique veio para o Brasil ajudar o pai na Brasmotor, em São Bernardo. A indústria montava carros marca Dodge (do grupo Chrysler) e logo depois montou o Fusca. Em 1954, sempre em São Bernardo, Etchenique fundou a Brastemp, cujo nome é a conjugação das palavras Brasil e temperatura.

Os Etchenique, pai e filho, antecederam as fábricas Volkswagen e Chrysler em São Bernardo.

Hugo sempre morou em São Paulo. Naturalizou-se brasileiro. Era simples e direto. Descia à fábrica todos os dias e falava com todo mundo, o que incluía os operários.

Havia as greves e as concentrações dos dirigentes sindicais. Lula e Meneguelli estavam sempre no portão da Brastemp fazendo discurso. O Sr. Etchenique os atendia. Eu cansei de ver Lula e Meneguelli falarem no portão da fábrica “fora Sarney, banqueiros sanguessugas, etc”.

Trabalhei na Brastemp entre 1977 e 1986. Em 1982 passei para a Engenharia e no jantar de fim de ano de 1983 fui convidado e participamos no terceiro andar do Restaurante São Judas Tadeu.

Sr. Etchenique era torcedor fanático do Santos e no seu discurso prometeu: se o Santos fosse campeão paulista, ele pagava outro jantar. O Santos estava mal e não ganhava desde 1978, mas ganhou em 1984, com um gol de Serginho Chulapa na final contra o Corinthians. O velho não hesitou, chamou o pessoal todo pra jantar e foi com a camisa do Chulapa.

Hugo Miguel Etchenique partiu aos 88 anos e está sepultado no Cemitério São Paulo, na Capital.

Lembranças e texto: Luiz Penchiari
 




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