Sem formalizar os compromissos em documentos, a Prefeitura de Santo André apresentou anteontem à Escola Livre de Teatro o cronograma das ações previstas para a reforma do Teatro Conchita de Moraes, que sofre progressivo sucateamento em virtude de infiltrações no telhado.

Já para esta semana o diretor de Cultura Pedro Botaro, junto à arquiteta Denise Brasil, garantiu aplicação de manta asfáltica no telhado. "Trata-se de ação paliativa, necessária nesta época de chuvas, até que possam ser trocadas as telhas", afirma o coordenador pedagógico da ELT, Antônio Rogério Toscano.

Também já está reservada a verba de R$ 167 mil para a troca do madeiramento do palco e da plateia, que deve ser realizada até 16 janeiro para não comprometer as atividades pedagógicas. "Assim que o palco e a plateia ficarem prontos, a pintura interna será feita", conta Toscano.

Para abril, está prevista a troca das telhas junto ao alteamento do telhado em ângulo que não permita o acúmulo de água. Outra reivindicação da ELT, a troca da fiação elétrica comprometida, depende da troca das telhas.

Embora a Prefeitura tenha cumprido o prazo para a entrega do cronograma, o mestre se preocupa com a não formalização das promessas em documentos. "Tenho medo porque 2012 é ano político. Haverá trocas. Tenho medo de que não cumpram o que é falado", justifica. "Eles se comprometeram em apresentar tudo por escrito", completa.

Questionada pela equipe do Diário, a Prefeitura disse que não existem promessas, mas compromissos, constantemente revisados, pela manutenção do projeto. Para o Executivo, "as ações confirmam esta posição muito mais do que qualquer assinatura em papel".

Outro pedido da ELT é o aditamento de 25% do contrato dos mestres a partir de janeiro, com reserva de verbas que seria realizada neste ano. "É um ponto que me deixa preocupado porque pode comprometer o andamento dos planos para 2012", conta Toscano.

A Prefeitura afirmou ao Diário que dificilmente o pedido será atendido para 2012 porque a Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo depende de ampliação de orçamento para poder pensar em aditar o contrato e elevar o salário dos professores, aumento este que, em virtude do ano eleitoral, torna-se complicado juridicamente.

Segundo a administração, aumentar o pagamento dos mestres da ELT também implicaria em desequilíbrio geral em relação ao salário dos mestres das outras escolas. "Há a necessidade de entender que a ELT faz parte de um conjunto de escolas artísticas gerenciadas pela Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, nas quais tenta manter uma política do valor da hora aula dos professores".