Setecidades Titulo Descaso
Billings é invadida
por plantas aquáticas

Sabesp culpa ligação irregular de esgoto, de responsabilidade
da Prefeitura de São Bernardo, pela invasão dessa vegetação

Camila Galvez
Andressa Dantas
03/12/2012 | 07:00
Compartilhar notícia


 

Parte da Represa Billings no Riacho Grande, em São Bernardo, foi invadida recentemente por plantas aquáticas, que se proliferam pela superfície da água. Biólogos ouvidos pelo Diário apontam que a incidência desse tipo de vegetação ocorre quando o reservatório recebe cargas de esgoto doméstico. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), responsável pelo tratamento dos detritos gerados no município, culpa ligações irregulares de esgoto feitas por moradores do entorno, de responsabilidade da Prefeitura de São Bernardo.

Além das plantas, há muito lixo acumulado na represa. Conforme relatório da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), a Billings está imprópria para banho e prática de esportes náuticos nas praias próximas à ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) e ao Parque Municipal do Estoril, devido à grande concentração do micro-organismo e-coli. “Águas com a presença de e-coli transmitem doenças, além de indicar que a área está contaminada por ter recebido esgoto sem tratamento”, destacou a microbiologista da Fundação Santo André Priscila Reina Siliano da Silva.

A análise da Cetesb mostra também que a represa está com elevada concentração de nitrogênio e fósforo. “Essas substâncias presentes no reservatório são propícias para a proliferação da vegetação. A degradação da qualidade da água da Billings provavelmente mantém relação direta com a falta de saneamento básico da região”, explicou o doutor em Ciências da Engenharia Ambiental pela Fundação Santo André Clóvis Ferreira do Carmo.

IRREGULARES

Procurada, a Sabesp informou que o esgoto na água não é proveniente de vazamento da ETE, mas sim de ligações irregulares feitas em núcleos habitacionais não-urbanizados.

De acordo com a secretária de Habitação de São Bernardo, Tássia Regino, não é novidade que o esgoto de moradias irregulares acabe na represa. “Estamos trabalhando em conjunto com a Sabesp para que essa situação seja resolvida. O Projeto Mananciais é responsável pela urbanização das áreas e construção de rede de esgoto, e a Sabesp tem o compromisso de transportar o esgoto para as estações de tratamento.”

Secretária afirma aguardar licenciamento de coletores

Para a secretária de Habitação de São Bernardo, Tássia Regino, a maior preocupação neste momento é o prazo para que os coletores de esgoto construídos pela Sabesp na região do Riacho Grande sejam licenciados pelo governo do Estado e aprovados para utilização. “Já temos as instalações de esgoto prontas, o que falta é a liberação do uso dos coletores, que está à cargo da Sabesp.”

Para os biólogos, enquanto a situação não for regularizada, o excesso de algas continuará impedindo que a claridade chegue ao fundo do reservatório, implicando na redução da taxa fotossintética nas camadas inferiores.

Esse processo causa queda de oxigênio diluído na represa, diminuindo a taxa de sobrevivência de peixes e outros animais aquáticos e aumentando ainda mais o teor de matéria orgânica no reservatório.

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;