Política Titulo Mudança
Com pés no PSDB,
Aidan projeta 2014

O prefeito de Santo André enfrenta desgaste no PTB e admite
conversas com alto escalão do PSDB, mas nega acordo prévio

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
24/11/2012 | 07:29
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Com o desgaste político dentro do PTB, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin, derrotado nas urnas em outubro, está de malas prontas para o PSDB, projetando voos para campanha de deputado, em 2014. As tratativas estão bem avançadas para acertar os últimos detalhes da filiação no tucanato local, que clama por reestruturação após resultado eleitoral insatisfatório. A migração tende a ser firmada nas primeiras semanas de 2013.

Embora negue o acordo prévio com o PSDB, Aidan admite diálogo na quarta-feira com o ex-secretário paulista da Casa Civil e braço-direito do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Sidney Beraldo. Segundo o prefeito, o encontro prevê situar o futuro político entre petebistas e tucanos e sua atuação no projeto de reeleição de Alckmin. "Marcamos a reunião. Veremos como ele (governador) me quer nesse período."

Aidan adiantou que ontem já ficou previsto café com o chefe do Palácio dos Bandeirantes, porém, sem data marcada, para negociar o ingresso na sigla, a qual alcançou proximidade, especialmente a partir do processo eleitoral de 2010. Na ocasião, o petebista deu suporte para Alckmin, contribuindo ativamente na campanha vitoriosa do tucano.

Apesar dos ajustes nos bastidores, o prefeito afirmou que "tudo isso é precoce", sustentando que "quem toma posição rápida pode se arrepender". Aidan avaliou que, depois de viajar com a família para descansar a cabeça ao fim do mandato, definirá a situação. "Muita gente pede para sairmos deputado, porque não se conforma como aconteceu", citou, referindo-se à perda da reeleição municipal.

Mas nem tudo são flores nesse namoro. O prefeito entraria num PSDB fragilizado e esvaziado de lideranças, além de encontrar resistência. O deputado estadual Orlando Morando (PSDB) considerou que a iminente filiação parece "abraço de afogado". "Prova disso é que o PSDB se destruiu tentando construir projeto para o Aidan."

O parlamentar mencionou a investigação da Polícia Civil em curso do caso Semasa. "O PSDB assinou CPI e necessitaria extinguir esse processo antes de dar anuência."

Não reeleito, o vereador Marcelo Chehade (PSDB) afirmou que pede desfiliação caso Aidan filie-se no tucanato. Ele responsabiliza o petebista pelo fato de o tucanato não ter feito cadeira na Câmara. "Saio na mesma hora. É um desrespeito, pois ele acabou com o partido."

Por outro lado, o presidente estadual do PSDB, Pedro Tobias, apontou que a legenda está aberta para novos quadros para buscar reorganização. "Por tudo isso, ele é bem-vindo."

O mandatário do diretório local, Ricardo Torres, frisou que se houver adesão à linha adotada pelo tucanato, de oposição ao PT, é possível a integração. "É inegável sua dimensão política. Se ele vier com a compreensão de ajudar na reconstrução, é um passo à frente."

Equipes de PT e PTB dão o primeiro passo da transição

Mesmo diante de demora e incertezas, as equipes da administração Aidan Ravin (PTB), e do PT, escolhida pelo prefeito eleito, Carlos Grana, deram ontem o primeiro passo para a transição de governo.

A reunião ocorreu à tarde, no primeiro andar do Paço, e foi classificada como "diplomática e transparente" entre as duas partes. Esse é primeiro encontro da passagem de bastão, caracterizando Santo André como última cidade a iniciar o processo.

Do lado governista, o secretário municipal de Planejamento e Orçamento, Edson Salvo Melo, coordenou as ações, recebendo a relação de reivindicações junto ao assessor especial Euclides Marchi. Segundo o titular, 80% dos pedidos estão praticamente prontos. "Por orientação do prefeito, cada secretaria fez levantamento minucioso, que bate com as requisições apresentadas pela equipe do PT", disse, ao frisar que o detalhamento dos projetos em andamento evitará que os serviços sejam paralisados.

Liderado pelo presidente do diretório petista, Luiz Turco, o grupo de corpo técnico indicou por área o acolhimento de informações. A ideia é promover diagnóstico da situação encontrada pelo futuro governo. O dirigente avaliou a reunião como "tranquila e positiva". "Eles declararam que tomaram a iniciativa de preparar documentação constando seis tópicos principais de cada setor. Assim que nos enviarem, veremos se há algum problema, senão marcamos reuniões pontuais."

Novo encontro deve ser agendado na próxima semana, possivelmente com a conclusão dos relatórios. "Não vejo que haverá complicação, mas se houver dúvida ou pedido de aprofundamento marcamos outra reunião", finalizou Salvo.




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