Apesar de embaraços durante a campanha, o prefeito eleito de Santo André, Carlos Grana (PT), afirmou que irá cumprir o acordo firmado com o deputado federal petista Vanderlei Siraque, apoiando o projeto do correligionário à reeleição, em 2014. O pacto ficou acertado em 2011, para que o PT abandonasse a hipótese de prévia interna na escolha do candidato ao Paço. O futuro chefe do Executivo só não garantiu na ocasião se a adesão será exclusiva ou repartida entre aliados.

O prefeito eleito citou que nutre "enorme respeito" pelo colega de partido, assegurando a parceria fixada há um ano, quando Siraque retirou o nome do processo interno do PT em favor do correligionário. Diante das tratativas, Grana ficou como postulante de consenso ao Paço e, assim, evitando disputa semelhante à de 2008, que culminou em racha. "Mantenho o compromisso em ajudar a reelegê-lo (daqui dois anos)", disse Grana, sem mencionar a falta de empenho do deputado durante sua campanha ao Executivo neste ano.

O futuro prefeito adiantou, inclusive, participação indireta de Siraque na gestão a partir de 1º de janeiro. "Ele é deputado. Claro que terá influência (no governo)", avaliou, ao sugerir indicações de cargos e propostas a serem implementadas. Por outro lado, Grana não antecipou se a vereadora eleita Bete Siraque (PT), mulher do deputado, receberia convite para atuar no primeiro escalão do governo. Professora, ela trabalhou na Secretaria de Educação na gestão João Avamileno (PT, 2002 a 2008).

A possibilidade de fritura de Siraque surgiu nos bastidores após balanço sobre a baixa dedicação em atividades de rua na campanha petista, que o deixou em saia justa no diretório local. Frente às especulações, militantes já estariam estudando lançar outro nome do PT a deputado federal para brigar, teoricamente, pelo mesmo voto. Siraque foi eleito suplente, em 2010, com 93 mil sufrágios.

PAULINHO SERRA

Em contrapartida, o prefeito eleito refutou que exista qualquer ajuste para brecar a participação político-eleitoral do vereador Paulinho Serra (PSD) na eleição de 2014 - o pessedista cogita entrar na disputa à Câmara dos Deputados. O compromisso teria sido estabelecido em troca de o parlamentar integrar o secretariado no governo petista. "Isso é absurdo ter acordo. É muito cedo (para se pensar nisso)." Paulinho apoiou Grana desde o primeiro turno do processo eleitoral depois de ser barrado no projeto de candidatura a prefeito pelo PSDB.