Economia Titulo Consumo
Salário extra injeta
R$ 1 bi na economia

Primeira parcela do 13º salário destinada a 1,42 milhão
de moradores com alguma renda pagaria 450 Ferraris

Leone Farias e Pedro Souza Do Diário do Grande ABC
30/11/2011 | 07:25
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Mais de R$ 1 bilhão. Este é o valor aproximado que a primeira parcela do 13º salário injetará na economia da região. Em média, a população residente que tem algum tipo de renda receberá, com o pagamento integral, cerca de R$ 2,27 bilhões, desconsiderando os descontos em folha. E apenas a primeira parcela, portanto, que é liberada sem descontos, será responsável pela metade desta quantia, ou R$ 1,13 bilhão.

Para ter noção da grandeza, o valor da primeira parcela representa cerca de sete premiações da Mega-Sena da virada. A Caixa Econômica Federal estima que o prêmio será de R$ 170 milhões. Ou ainda seria possível comprar mais de 300 apartamentos de altíssimo padrão, com mais de 200 metros quadrados, na região. Ou ainda 450 Ferraris F599 GTB Fiorano F1 zero-quilômetro.

Cruzamento de dados do Censo 2010 aponta que na região, 1,42 milhão de pessoas possuem algum tipo de renda. Isso porque existem muitos casos em que o vínculo trabalhista do empregado não é formalizado, mas os patrões pagam o 13º. Este é o caso do mecânico de bombas Bruno de Lima Grilo, 18 anos, que trabalha junto ao pai e receberá pagamento extra semelhante ao 13º. “E vou pagar a minha carteira de motorista com dinheiro”, afirmou. E para os 3.385 consumidores que declararam ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que recebem mais de 30 salários-mínimos por mês (R$ 16.350), foi considerado apenas esse valor para cada um.

METALÚRGICOS - Somente os metalúrgicos serão responsáveis por 22% da injeção de recursos com a primeira parcela. Eles serão responsáveis por R$ 257,2 milhões, isso desconsiderando a pequena parcela que não reside no Grande ABC.

Em São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que fazem parte da base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, esses trabalhadores serão responsáveis por 18% do R$ 1,13 bilhão. Isso porque, aproximadamente, eles receberão R$ 209,5 milhões da primeira parcela do 13º. Os valores são de responsabilidade do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas. Porém a representatividade da classe pode variar, pois não estão incluídos autônomos, assalariados sem carteira ou trabalhadores com outras formas de inserção no mercado.

Dos R$ 209,5 milhões, que ajudarão a movimentar o comércio da região, 72,5% (R$ 151,95 milhões) são referentes ao segmento automobilístico. São R$ 113 milhões de empregados de montadoras e cerca de R$ 38,5 milhões de trabalhadores da indústrias de autopeças. Os cerca de 14 mil funcionários das empresas metalúrgicas de São Caetano completarão mais R$ 18,7 milhões no montante que a primeira parcela injetará. Mas o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, lembrou que a General Motors, quase 10 mil trabalhadores da base, antecipou a primeira parcela em março. Já os metalúrgicos de Santo André e Mauá serão responsáveis por R$ 29 milhões.

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Recursos estimularão os três setores

A injeção de R$ 1,13 bilhão na região por meio do pagamento da primeira parcela do 13º terá efeito multiplicador, afirmou o professor de Economia e especialista em mercado de trabalho e renda Sandro Maskio, que ministra altas na Universidade Metodista de São Paulo e na Universidade Municipal de São Caetano.

“É difícil precisar o quanto esse valor vai se multiplicar. Mas é certo que toda a cadeia produtiva se preparou, ou está preparada, para isso”, garantiu Maskio.

O acadêmico explicou que indústria, serviços e comércio serão beneficiados. “E com certeza haverá aumento de empregos e renda como resultado do 13º”, disse Maskio.

“A indústria, que é mais voltada à produção que vai ao consumo, já deve ter se preparado desde junho ou julho”, explicou o professor.

Para as empresas de serviço, Maskio acredita que haverá incremento nos segmentos de atendimento direto ao consumidor, como o de viagens e beleza.

“E o comércio, que é quem faz a distribuição da produção ao consumidor, terá incremento na atividade diretamente”, acrescentou Maskio.




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