Economia Titulo Recuperação
Produção de carros
reage em outubro

Alta na produção foi embalada pela reação das vendas no
que seria o último mês do IPI reduzido, que foi prorrogado

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
08/11/2012 | 07:11
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A produção de veículos no Brasil voltou a crescer, em outubro, embalada pela reação das vendas no que seria o último mês de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). O incentivo tributário, que já havia sido prorrogado uma vez (inicialmente terminaria em agosto), foi estendido no fim do mês passado e vale agora até 31 de dezembro.

A procura por carros devido ao IPI menor - que fez com que os preços dos veículos se mantivessem cerca de 10% mais baixos do que sem o benefício - ajudou a elevar a comercialização de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em 18,6% no mês frente a setembro. Para dar conta da demanda, as montadoras ampliaram em 12,8% o volume de fabricação, de acordo com números divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Para o presidente da associação, Cledorvino Belini, os resultados do setor em outubro foram bons e mostram que, além do incentivo às compras dos consumidores, a economia está reagindo. A entidade segue com previsão de que o segmento crescerá entre 4% e 5% em vendas frente a 2011, índices com os quais a indústria totalizaria até 3,81 milhões de veículos comercializados. De janeiro a outubro, já são 3,13 milhões de unidades vendidas, 5,7% mais do que no mesmo período do ano passado. Para os últimos dois meses, Belini acredita que o mercado seguirá aquecido, por causa da entrada do 13º salário e também da extensão do tributo menor até dezembro.

No entanto, ele avalia que o volume de produção de 2012 deve empatar com 2011 (3,4 milhões de unidades). Um ponto que atrapalha, segundo Belini, são as exportações. No acumulado do ano, as encomendas ao Exterior registram queda de 18,4% frente ao mesmo período de 2011. Ele cita que, no mundo todo, as indústrias do ramo têm 29 milhões de veículos de capacidade ociosa (ou seja, as fábricas produzem menos do que poderiam por causa da fraca demanda) e procuram ampliar a presença em todos os mercados.

Isso gera disputa mais intensa não só lá fora como dentro do País. Belini ressalta que o governo brasileiro tem atuado para melhorar as condições de concorrência do produto brasileiro frente a itens do Exterior, por meio de medidas como a redução do custo de energia e a desoneração da folha de pagamento, por exemplo. Mas ainda há grandes dificuldades de competitividade, segundo o dirigente.

FINAME - Entre as categorias de veículos, a área de caminhões se destacou em outubro, com crescimento de 48% nos licenciamentos frente a setembro. Com isso, a produção subiu 10%. O cenário refletiu o início de operação da linha especial do Finame-PSI, do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), com juros de 2,5% ao ano, a partir do dia 20 de setembro.

No entanto, no acumulado do ano, o volume vendido ainda é 20,8% menor frente a igual período de 2011. E as perspectivas seguem com preocupação. O PSI com juros a 2,5% só dura até 31 de dezembro. Como janeiro e fevereiro são meses fracos para o setor, pode haver nova retração nas vendas. "Mas não vejo possibilidade de prorrogação (da linha de crédito). Foi uma ponte para dar fôlego ao setor. Esperamos que o PIB (o Produto Interno Bruto, ou seja, a economia) comece a ‘rodar' em 2013", afirma Belini.

 




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