Apesar de o prefeito eleito de São Caetano, vereador Paulo Pinheiro (PMDB), afirmar que vai se ausentar do processo de escolha do próximo presidente da Câmara, os bastidores indicam que ele tem um candidato. Amigo pessoal e pai de seu genro, José Roberto Espíndola Xavier (PMDB) é visto como o preferido do próximo governo.

O peemedebista, que pouco aparece na discussão entre os demais vereadores para eleição da mesa diretora, corre por fora para ocupar o posto. Sem experiência legislativa, ele poderia satisfazer o anseio de renovação, além de exercer o papel de homem de confiança do prefeito na Casa e equilibrar os trabalhos.

O discurso de Xavier é exatamente o mesmo do prefeito eleito: ele prega que os parlamentares escolham o presidente da próxima legislatura a partir de um consenso. "Liderança não é pretensão, deve surgir com naturalidade. Sou um soldado à disposição do doutor Paulo."

O peemedebista defende que Pinheiro, por ser vereador de quatro mandatos e ter bom relacionamento com a maioria dos eleitos, deve avaliar todos os nomes. "São pessoas iguais e com experiências que devem ser levadas em conta", comentou.

Apesar de negar se tornar líder natural da gestão do PMDB, Xavier afirma que será os "olhos e ouvidos" de Pinheiro no Legislativo para auxiliá-lo na administração "Esse governo tem uma responsabilidade muito grande. Representa esperança e a expectativa da população é enorme", analisou.

A indicação de Xavier nos bastidores é o primeiro passo da articulação governista para garantir a sucessão do atual presidente, Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão (PSB). Um bloco independente tem sido formatado com a interferência do prefeito José Auricchio (PTB), que visa manter bloco unido de oposição. A união dos 16 parlamentares que não foram eleitos na chapa de Pinheiro ainda é incerta.

Esse tema tem esquentado nos corredores do Legislativo. Ao lado do socialista, Jorge Salgado (PTB), Eder Xavier (PCdoB), Pio Mielo (PT) e Fábio Palácio (PR) já foram comentados como candidatos a presidente.