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Sem Lula, Reali faz ato para buscar virada

Ex-presidente não comparece em caminhada no Centro de Diadema para manter dinastia

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
28/10/2012 | 07:30
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Aguardado por petistas para impulsionar a virada eleitoral em Diadema, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não compareceu ao ato que encerrou oficialmente a campanha à reeleição do prefeito Mário Reali (PT). A atividade teve misto de confiança e ceticismo na manutenção da hegemonia do partido no comando da Prefeitura diademense.

Os militantes iniciaram a concentração na Praça Camões, no Centro, pouco depois das 9h. Reali chegou ao local às 10h15. Alguns petistas o aplaudiram. Outros faziam balanço sobre dificuldades enfrentadas.

Como ocorreu em todo segundo turno, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), reforçou a campanha. Os deputados federais Vicentinho (PT) e José de Filippi Júnior (PT) também compareceram. Aos correligionários, Reali não desanimou. "Tenho força e fé. Vamos virar. A luta não acabou", comentou entre os filiados que vinham cumprimentá-lo.

A comitiva petista atravessou a Avenida Fábio Eduardo Ramos Esquível, passou pela linha do trólebus na Avenida Antônio Piranga, seguiu pela Avenida São José e terminou na Praça da Moça. Justamente o mesmo local onde foi realizado o comício do primeiro turno com Lula.

Durante o trajeto, militantes gritavam palavra de ordem e alfinetavam o oposicionista Lauro Michels (PV). "Fora, catraca!" foi o bordão mais cantado. Ao fundo, uma imensa bandeira de Lula empolgava os militantes.

Ao chegar à Praça da Moça, Reali reuniu os apoiadores para um discurso breve, sem microfone, para não desrespeitar a legislação eleitoral. "Não temos medo de pesquisa", iniciou a fala. "O PT mudou a história de Diadema e vai continuar mudando essa história. O presidente Lula mudou a história deste País, a presidente Dilma continua essa mudança e somente nós temos condições de trazer essa mudança para Diadema". Logo depois da fala do prefeito, militantes cantaram parabéns a Lula - que ontem completou 67 anos - e rezaram um Pai Nosso.

Após a reunião improvisada, Reali fez comparações à eleição de Diadema com o período político do coronelismo, retratado na novela Gabriela, da Rede Globo. "Ontem (sexta-feira) quando voltei para casa, meia-noite e tanto, estava vendo a troca do poder em Gabriela. Vi os coronéis na porta e lembrei. Diadema já está vivendo 30 anos de mudanças e vê pessoas iludidas com essa proposta do novo, mas que é o velho", avaliou. No fim da atividade, fez questão de agradecer Marinho. "Você foi a energia que faltava."

 

Para petista, pesquisa não reflete as ruas

 

Segundo colocado na última pesquisa de intenções de voto divulgada ontem pelo Diário, o prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), afirmou que o levantamento não mostra o clima vivenciado nas ruas. De acordo com o petista, o cenário é de acirramento e não de 15,7 pontos percentuais de margem a favor do oposicionista Lauro Michels (PV).

"Estou confiante. Sei que não será vitória fácil. Porém, ando na rua e não sinto essa diferença. Sinto que tem clima de empate. Nosso adversário cresceu muito naquela última semana (do primeiro turno), mas acho que a militância do PT faz diferença, estou com muita aceitação na rua. São poucas pessoas que reagem negativamente (à campanha)", garantiu o chefe do Executivo.

Reali atingiu 32,4% da preferência do eleitorado ante 48,1% de Michels. Na votação válida, a distância chegou a 19,6 pontos: 59,8% para o verde contra 40,2% para o petista.

Para o prefeito, outro fator que contribui para o acirramento da disputa eleitoral diademense é o "clima de guerra" que se instalou nas ruas.

"Estamos sofrendo violência nos nossos materiais visuais. Ontem (sexta-feira) passei na região do (Jardim) Gazuza e nosso material tinha sido depredado à noite. Está um clima de guerra. Estamos fazendo campanha no diálogo e debate político e não à violência. Intimidação é muito desagradável para o eleitor e militante", reclamou o prefeito.

 

 




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