A investigação jornalística realizada durante seis anos sobre a luta das mulheres e da sociedade civil contra a máfia na Sicília (Itália) rendeu para Lúcia Helena Issa o livro "Quando Amanhace na Sicília" (Multifoco, 226 páginas, R$ 45 em média).

O título lançado neste mês retrata um pouco da luta que mulheres com posições diversas na sociedade (juízas, mães, professoras e jornalistas) tiveram para enfraquecer o estado paralelo, existente desde a primeira metade do século 19, através da onipresença na máfia siciliana Cosa Nostra.

A jornalista Lúcia Helena entrevistou autoridades, especialistas, ativistas, cidadãos comuns e juízes para descrever os sufocos vividos por aquele povo, numa época em que a província era tomada pelo confisco de bens de mafiosos que permaneceram foragidos durante décadas. Esses bens eram revertidos em escolas, parques e projetos que pudessem beneficiar a sociedade.

Para fortalecer o conteúdo que levaria ao público, a escritora juntou à sua experiência de vivência no lugar participação em vários atos civis contra a máfia e entrevistas com mulheres expressivas na luta contra a repressão e o domínio dos mafiosos, como Felicia Impastato, mãe do jornalista Guiseppe Impastato, assassinado pela máfia, e a ativista Letizia Battaglia que, assim como outras, denunciou o marido mafioso à justiça.