Setecidades Titulo Censo
Maternidade precoce
recua no Grande ABC

Número de garotas que declararam ter filho caiu pela
metade nos últimos dez anos, segundo dado do IBGE

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
19/10/2012 | 07:00
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Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e que integram o Censo 2010 mostram que a maternidade precoce teve queda no Grande ABC. O número de jovens mães com idade entre 10 e 19 anos caiu pela metade (49,22%) na última década. A proporção de jovens nesta situação passou de 7,31% em 2000 para 4,19% em 2010 entre meninas nesta faixa etária.

Enquanto 16.305 jovens entre 10 e 19 anos declararam ser mães em 2000, em 2010 este numero passou para 8.279. No mesmo período, houve queda de 11,38% na população com esta faixa etária - passou de 222.962 para 197.576.

Os números da região superam os observados no Estado, onde a queda da taxa de jovens com idade entre 10 e 19 anos com filho foi de 33%, e no País, que apresentou diminuição de 24%. Nas duas situações também houve baixa na população de mulheres nesta faixa etária. Em São Paulo o número caiu 6,34%, e no Brasil, 3,5%, em dez anos.

Entre os sete municípios, o destaque fica por conta de Rio Grande da Serra, com queda de 69,23% na quantidade de meninas que se tornaram mães entre 10 e 19 anos. A cidade é seguida por São Caetano (queda de 61,23%), Ribeirão Pires (55,18%) e Mauá (34,42%). Já São Bernardo, Diadema e Santo André apresentaram variações menores, sendo 31,53%, 30,18% e 19,03%, respectivamente.

Em contrapartida, a região apresentou alta de 46,76% no número de meninas com idade entre 10 e 14 anos com filho. Enquanto em 2000 o número de mães representava 0,20% do total de garotas com essa idade, em 2010 essa porcentagem passou para 0,40%.

Enquanto isso, a população de mulheres com idade entre 10 e 14 anos caiu 7,31%. No Estado, a alta foi de 13,73%, e no País houve queda de 0,27%.

PREVENÇÃO

A diminuição da taxa de jovens entre 10 e 19 anos com filho é comemorada, tendo em vista que representa o sucesso de programas de prevenção à gravidez na adolescência. No entanto, o aumento de mães entre 10 e 14 anos alerta para a necessidade de antecipar as ações já realizadas. "Normalmente as campanhas são feitas com jovens a partir de 14 anos e essa é uma faixa etária difícil de ser acessada", comenta o coordenador do Caism (Centro de Atendimento à Saúde da Mulher) de São Bernardo, Rodolfo Strufaldi.

Para o especialista, além de inserir a sexualidade no dia a dia das crianças na escola, é preciso que os pais se aproximem mais dos filhos. "Muitos pais ainda têm resistência em falar sobre sexo na escola com crianças, mas as ações com adolescentes já mostraram que isso não influencia o início de atividade sexual de forma precoce", diz.

Municípios mantêm ações nas escolas e unidades de Saúde 

Pelo menos cinco entre as sete cidades da região informaram que mantêm atividades voltadas à prevenção da gravidez na adolescência. Seja nas escolas ou unidades de Saúde, o foco é orientar jovens sobre o tema com o intuito de diminuir as ocorrências.

Santo André, São Bernardo, Diadema e Ribeirão Pires destacaram oferecer desde preservativos e métodos contraceptivos até orientação para adolescentes nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

Outra tática é a intervenção nas escolas e unidades de ensino, com palestras, teatros e informações tanto em São Bernardo, Santo André quanto Diadema.

Em São Caetano, também há iniciativas dos ambulatórios de hebiatria, ginecologia infantopuberal e planejamento familiar.

Taxa de fecundidade está abaixo do nível de reposição no País

A taxa de fecundidade (número médio de filhos que teria uma mulher ao final de seu período fértil) do Brasil caiu de 2,38 em 2000 para 1,90 em 2010. O número é responsável pela queda do ritmo de crescimento da população, que aumentou apenas 1,17% na última década, e está abaixo do nível de reposição, que é de 2,10 filhos por mulher.

O resultado do Censo 2010 indica que essa queda foi maior nos grupos etários mais novos, revertendo tendência observada nos Censos de 1991 e 2000 de concentração das taxas específicas de fecundidade nas idades mais jovens dentro do período fértil, entre 15 e 24 anos.

De acordo com o IBGE, este dado é divulgado apenas em níveis nacional e estadual tendo em vista os critérios necessários para sua elaboração.




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