Esportes Titulo Será?
Laís Elena Aranha já ensaia adeus das quadras
Lígia Valezi
Especial para o Diário
07/10/2012 | 07:30
Compartilhar notícia
Andréa Iseki/DGABC


"Deixa a vida me levar, vida leva eu...". O pagode de Zeca Pagodinho se encaixa perfeitamente na situação da técnica de basquete Laís Elena Aranha. Há 30 anos no comando da equipe feminina de Santo André, ela ainda não tem data certa para deixar as quadras, mas já ensaia possível mudança de cargo.

"Penso de talvez ir até os Jogos Abertos deste ano (em novembro), mas também penso com relação à Liga (de Basquete Feminino). Se isso acontecer, devo passar o comando para a Arilza (Coraça, auxiliar técnica). Até brinco com ela que vou ficar por perto para dar palpites", disse Laís.

Independentemente de quando esse dia chegar, a técnica já tem planos para o futuro. Ela pretende seguir a carreira como dirigente no clube do Grande ABC, afinal conhece muito bem o meio esportivo.

Laís tem relação tão forte com o basquete de Santo André que chegou a recusar proposta invejável para qualquer profissional da área, há dois anos. "O patrocinador do Ourinhos é dono de uma usina de energia. Ele queria me levar para lá de qualquer jeito. Disse que não por causa dos meus pais. Mas disseram que isso não era problema, porque já tinha casa montada com empregada", lembrou.

Ela explicou que o trabalho nas categorias de base andreenses falou mais alto, o que foi determinante para recusar a proposta. "Essa é a missão que tenho com nossas crianças. Sempre digo que politicamente sou a favor de Santo André. Estou aqui para servir, independentemente de quem está lá (na Prefeitura)", comentou.

Natural de Garça, no interior do Estado, a relação de Laís com Santo André começou por volta de 1964, quando ainda era jogadora. Ela já havia atuado pela equipe do Corinthians, depois ficou um ano em Piracicaba, para então defender a camisa andreense, na época patrocinada pela Pirelli.

Armadora do time, sempre gostou de observar as jogadas e esquemas táticos. "Joguei até os 34 anos. O técnico queria que eu continuasse, mas era um momento difícil. Trabalhava na Prefeitura, treinava e fazia faculdade em Santos. Quis trabalhar como técnica", contou.

Como jogadora, Laís chegou a defender a Seleção e foi bicampeã pan-americana, em 1967 e 1971. No entanto, ela disse que se considera melhor treinadora do que atleta. "Sempre fui muito disciplinadora, mas trabalho com amor. Não tento conquistar as jogadoras com autoritarismo", avaliou.

Laís nunca comandou a equipe feminina brasileira e disse que as interferências externas atrapalhariam no trabalho. "Acho que tenho o direito de acertar ou errar por minha própria cabeça e não dos outros. A Seleção é só para quem tem esse dom de aceitar", comentou a técnica.

 

Equipe não deve ter reforços para Liga

A equipe da técnica Laís Elena Aranha não deve contar com reforços para a Liga Nacional de Basquete Feminino, com início previsto para novembro. Segundo a comandante, as eleições municipais influenciam na composição do elenco.

"Por causa das eleições não sei como ficará o time. Isso também acontece com outras equipes menores que dependem de recursos municipais. Vai depender muito, mas sei que reforço para este ano será difícil", avaliou a treinadora.

Apesar disso, Laís explicou que conta com jovens atletas que se destacam e servem às categorias de base da Seleção feminina, como a ala/pivô Vanessa Fausto Gonçalves, conhecida como Sassá, que defendeu o Brasil na Copa América Sub-18, que ocorreu em Porto Rico, em agosto.

Além dela, o time de Santo André tem como promessas a pivô Bianca Araújo da Silva, que esteve no Campeonato Mundial Sub-17, em agosto, na Holanda, e também Raphaella Marciano da Silva, que tem a segunda melhor média de pontos por partida no Campeonato Estadual Sub-13, com cerca de 28 cestas por jogo.

Apesar disso, Laís tem os pés no chão quando comenta sobre as possibilidades de título. A comandante explicou que o Santo André deve estar entre as cinco melhores equipes do torneio nacional, e que algumas adversárias investiram pesado em reforços de fora do País.

"A Liga será mais difícil neste ano. Criaram o time Sport/Recife, que contratou a Érika, uma das melhores pivôs do mundo. Montaram um supertime. O Maranhão, equipe da Iziane, também trouxe duas norte-americanas. Tem gente apostando que o título ficará entre eles", declarou a treinadora. LV

 

São Bernardo se despede do Paulista Masculino com vitória

A Metodista/São Bernardo se despediu com vitória da Série Ouro do Campeonato Paulista Masculino de Basquete. Ontem à tarde, a equipe derrotou o Internacional/ Prefeitura de Santos por 78 a 64, no ginásio da universidade, em Rudge Ramos. Nas últimas posições do Grupo A, ambas vão disputar a Série Prata - de quinto a oitavo lugares.

Foi o quarto resultado positivo em 14 confrontos da equipe comandada pelo técnico Sidney Coppini, que terminou a competição na penúltima posição do Grupo A, com 18 pontos.

Já o time da Baixada acumulou a 13ª derrota em 14 partidas e terminou na lanterna da chave, com 15.

Coppini ressaltou a importância da vitória. "Foi um bom jogo. Com um primeiro tempo não muito satisfatório, fomos para o intervalo e conversamos no vestiário algumas mudanças e voltamos bem para o segundo tempo. Essa vitória era necessária para nossa classificação", argumentou o treinador.

Na luta por vaga na Copa do Brasil, reservada aos dois primeiros colocados na Série Prata, a Metodista/São Bernardo encara agora o Jacareí e fará os dois primeiros jogos do play-off em casa.

A Federação Paulista de Basquete divulga nesta semana a tabela completa dos jogos de play-offs. da Redação




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;