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Após 'mensalinho', Edgar retoma postura de maneira tímida
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
03/10/2012 | 07:09
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O vereador Edgar Nóbrega (PT) recupera timidamente sua tradicional postura na Câmara, após ter sido flagrado em vídeo, de 2009, em que teria negociado fazer oposição branda ao governo por suposto esquema de ‘mensalinho' com o ex-secretário de Governo Tite Campanella (DEM). Desde o caso, o petista se privou do estilo crítico e de debates acalorados com governistas na Câmara.

Ontem, Edgar foi à tribuna para defender seu partido de outro escândalo, o Mensalão, que está sendo julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ele reforçou o coro de petistas que defendem análise separada de tema judicial e político. "A imprensa julgou antes da decisão final", disse no discurso. Essa é a terceira sessão da Câmara em que o vereador arrisca exposição na tribuna após o vídeo.

A gravação foi divulgada dia 25 de agosto na internet. Desde então, o petista participou de seis sessões ordinárias. Dia 27 do mesmo mês da divulgação, o vereador assumiu a tribuna para justificar a denúncia. Disse que Tite fez "armação criminosa" contra ele e negou as tratativas. Sem muito sucesso, Edgar evitou debates.

Evitando ‘dar a cara a tapa' sobre o caso, o petista afirmou: "Fui julgado por um vídeo que as pessoas assistiram apenas uma parte. O meu patrimônio econômico e a minha postura política nunca mudaram".

Edgar e Tite teriam negociado R$ 100 mil para o vereador assumir o comando do PT com 600 votos - ganhou a eleição interna com 607. O diálogo também trata do suposto repasse do ‘mensalinho' de R$ 10 mil via líder do governo, Paulo Bottura (PTB), além de citarem outro pagamento de R$ 2.000, esse via Gérsio Sartori (PT) então presidente da Casa.

Edgar disputava a Prefeitura de São Caetano e renunciou por orientação do PT estadual no dia 30 de agosto, além de ter se afastado do comando do diretório municipal. Está sob investigação em comissão de ética na legenda. Petistas influentes o querem fora da agremiação. Tite pediu exoneração e evita aparições públicas. O Ministério Público abriu inquérito para apurar o caso. O Gaeco (Grupo de Ações Especiais no Combate ao Crime Organizado) também avalia o fato. O prefeito José Auricchio Júnior (PTB) abriu sindicância interna, a qual é acompanhada pelo Legislativo.




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