Conhecido pelas figuras gordinhas comuns em sua produção, o artista colombiano Fernando Botero ilustra suas angústias sobre a condição humana na montagem "Dores da Colômbia", que chega ao Museu Brasileiro da Escultura após o sucesso de 2007, no Memorial da América Latina.

Com curadoria do Museu Nacional da Colômbia, situado em Bogotá, a exposição abarca seis aquarelas, 36 desenhos e 25 pinturas, que já percorreram diversas cidades europeias e latino-americanas. A seleção de 67 obras mostra os abusos sofridos pelo povo local em consequência da ação de guerrilheiros, políticos e paramilitares.

O conflito que provocou o exílio de 1,5 milhão de colombianos nas últimas décadas é considerado também movimento social que busca as bases para a construção de uma sociedade justa.

Embora represente situação trágica de período determinado, Botero denuncia a violência com pinceladas de cores vibrantes para convidar cada vez mais pessoas de todo o mundo à reflexão sobre a humanidade.

"Dores da Colômbia" dialoga com corrente artística que une a arte à política. Outros mestres transportaram discursos históricos para suas telas, a exemplo de Francisco Goya (em "Desastres da Guerra") e Pablo Picasso (em "Guernica"), que retrataram períodos de turbulência vividos em seus países.


Dores da Colômbia Exposição. Abre amanhã. No Mube - Rua Alemanha, 221, São Paulo. Tel.: 2594-2601. Visitação: terça a domingo, das 10h às 19h. Grátis. Até 8 de janeiro.